Gaza, no coração do mundo

Gaza, no coração do mundo

A nova edição da Flotilha da Liberdade aponta e converge para o coração do mundo: Gaza

Israel Dutra 27 ago 2025, 14:22

Picasso imortalizou a dor da derrota republicana em sua “Guernica”. Os aviões que destroçaram a cidade eram alemães, a serviço do nazismo. Em defesa de Franco, os apoiadores de Hitler garantiram que a vitória da extrema direita na Guerra Civil Espanhola fosse o prelúdio da II Guerra e da tentativa de mundializar o domínio do nazi-fascismo.

A derrota da guerra civil teve um preço caríssimo para os democratas do mundo.

As cenas do genocídio transmitido pelas redes sociais, em tempo real e com milhões de visualizações, trazem indignação e resistências, mas também são usadas pelos donos do mundo para disseminar a resignação e a banalização do mal.

O genocídio em Gaza degrada os palestinos, mas também a toda humanidade.

Uma linha divisória

Há uma nova linha divisória na política, com caráter ético e moral. O mundo está divido entre aqueles que apoiam e justificam e aqueles que combatem o genocídio em Gaza.

Netanyahu se prepara para a tomada militar da cidade de Gaza, obstruindo qualquer ajuda humanitária, com a fome se espalhando como uma epidemia fatal. São milhares de crianças subnutridas retratadas diariamente, sem perspectivas nem futuro. A cada dia jornalistas e médicos são mortos sem pudor, para justificar o genocídio, que a cada dado, revela mais a natureza da barbárie que está sendo imposta. Os documentos vazados da própria defesa israelense registram que 83% dos mortos em Gaza são civis, conforme relatou o The Guardian.

Trump está sendo o principal suporte de Netanyahu. Sua visão de mundo precisa de uma vitória em Gaza, para controlar o Oriente Médio e justificar o supremacismo branco crescente, contra imigrantes, negros e árabes em todo mundo. Porém, na América Latina, Trump e o sionismo têm aliados importantes como Milei e o clã Bolsonaro.

São eles de um lado, e o conjunto dos que preservam alguma humanidade de outro.

Apesar de todas as ressalvas, as manifestações seguem com força, em países como a Inglaterra – desafiando a proibição -, Austrália e em inúmeras atividades culturais e sociais pelos cinco continentes. Greta Thunberg participou do bloqueio de uma refinaria na Noruega para que se parasse o envio de petróleo para máquina militar de Israel.

Diante da urgência, resistir é o único caminho

Há uma comoção no mundo. O movimento a favor de Gaza é forte, diante do Golias militar representado por Israel, pelas IDF, pelos serviços de inteligência, a extrema direita no mundo e a cumplicidade do imperialismo europeu.

Crescem as organizações de judeus que denunciam a guerra e o papel do sionismo, optando por uma atividade de solidariedade aos palestinos, como podemos perceber na iniciativa que levou ativistas do grupo Vozes Judaicas de SP para a Cisjordânia, em encontro com outros países para se colocar ao lado da Palestina.

Um novo salto está na preparação da nova edição da Flotilha da Liberdade, agora unificada com outras duas iniciativas, como a Marcha Global para Gaza e a caravana Sumud.

Romper o cerco e lutar até o final

A flotilha é parte de uma luta maior, que envolve protestos e lutas em vários países. A pressão pela ruptura de relações, pela entrada de alimentos, pela condenação na ONU e por um cessar-fogo deve seguir sendo feita, a todo modo. As IDF convocaram mais de 70 mil reservistas para a tomada de Gaza, prevista para as próximas duas semanas. Nesse período a solidariedade será fundamental.

Coordenada por Thiago Ávila, Greta Thumberg, Saif Abukeshek, entre outros ativistas, a nova missão humanitária será ainda mais forte que as anteriores. Nomes de peso como Susan Sarandon e Mark Ruffalo já se pronunciaram em apoio. A delegação contará com dezenas de deputados do mundo inteiro, artistas, ativistas, intelectuais e sindicalistas. A nova edição da Global Sumud Flotilha conta com uma delegação de brasileiros, dos quais três são militantes do MES: Mariana Conti (vereadora de Campinas pelo PSOL), Gabi Tolotti (Presidente do PSOL RS) e Nico Calabrese (Coordenador da Rede Emancipa).

Da esquerda para direita: Gabi Tolotti, Mariana Conti e Nico Calabrese.

Nesse marco, vamos apoiar e participar, com a Revista Movimento fazendo uma cobertura exclusiva. Nossa militância estará jogada na solidariedade, em todas as esferas, com seus parlamentares, lideranças sociais e ativistas para difundir a iniciativa- que sabemos corre riscos sérios, ao se postular do lado certo contra os genocidas.

Tal qual os brigadistas internacionais que se juntaram ao campo republicano, como forma de impedir a terra arrasada dos nazistas na Guerra Civil Espanhola, são centenas de ativistas de todo mundo que aportam em Barcelona. Tal iniciativa , guardadas as proporções e o sentido histórico, aponta e converge para o coração do mundo: Gaza.


TV Movimento

Global Sumud Flotilla: Por que tentamos chegar a Gaza

Importante mensagem de três integrantes brasileiros da Global Sumud Flotilla! Mariana Conti é vereadora de Campinas, uma das maiores cidades do Brasil. Gabi Tolotti é presidente do PSOL no estado brasileiro do Rio Grande do Sul e chefe de gabinete da deputada estadual Luciana Genro. E Nicolas Calabrese é professor de Educação Física e militante da Rede Emancipa. Estamos unindo esforços no mundo inteiro para abrir um corredor humanitário e furar o cerco a Gaza!

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