Lutamos como nunca, perdemos como sempre
As eleições no Sindprevs-SC são o retrato das mazelas do sindicalismo cartorial, majoritário no movimento sindical. A prática continua sendo o critério da verdade
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O sindicalismo está combalido. Não mobiliza massas; a vanguarda é, cada vez mais, diminuta e as oligarquias não têm pudor para qualquer manobra que viabilize a manutenção, a qualquer custo, de suas pequenas benesses. Afinal, para esses grupelhos, a luta de classes que se f*da!
Existe uma diferença objetiva entre a hegemonia determinada por um grupo político capaz e determinado e outra: preguiçosa, viciosa e cafajeste. No primeiro, existe um objetivo estratégico, com flexibilidade tática na condução da política; no outro, trata-se apenas de vaidade, mesquinharia e avareza.
Sobretudo, as derrotas impostas por manobras evidentes e por manipulações quase veladas têm um limite. A luta de classes cobra caro, mesmo que a maior parcela da fatura caia na conta da base de trabalhadores. A conta chegará para direções ilegítimas.
As contradições do mundo do trabalho, mesmo na parcela minoritária de trabalhadores da Seguridade Social, são exacerbadíssimas. Não basta uma alta performance eleitoral forçada para alcançar a legitimidade. Aceitem: não existe dia seguinte para a “façanha”, tampouco as artimanhas serão relevadas.
A atual direção do Sindprevs-SC derrotou a oposição com uma proporção de 1 para 5 votos, com todos os expedientes previsíveis das burocracias sindicais. Seria obrigação dessa direção, se legítima fosse, encabeçar a organização de base para combater a reforma administrativa. Mas de onde menos se espera, não sairá nada!
Os setores acomodados na superestrutura sindical, sejam os cutistas, os lulistas disfarçados ou as correntes políticas meramente autoproclamatórias, não entenderam o que é um movimento de trabalhadores organizados a partir da base. Suas vitórias circunstanciais apenas prolongam um pouco mais o uso parasitário das entidades da classe, mas não garantem tranquilidade.
Diante da falência política desta oligarquia sindical, aumenta em prioridade a tarefa imediata da Oposição no Sindprevs-SC e na Fenasps: a organização da base para enfrentar o projeto neoliberal e a sua sanha imediata sobre a reforma administrativa, combatendo também o peleguismo governista com sua atuação patética.
Manteremos nosso coletivo atuante para organizar a luta contra a reforma administrativa, por serviço público de qualidade, com valorização dos trabalhadores que operam a política pública, e por democracia real, onde a classe trabalhadora decida!
Na luta de classes: é tudo ou nada!