Sâmia propõe tornar cidadão honorário do Brasil italiano que ajudou na prisão de Zambelli
Angelo Bonelli teria avisado polícia italiana sobre localização da parlamentar licenciada
Foto: L’Unità/Reprodução
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) protocolou um projeto de resolução para conceder título de cidadão honorário do Brasil ao deputado italiano Angelo Bonelli, que teria avisado a polícia italiana sobre o endereço da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa em 29 de julho.
Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e à perda do mandato por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica. A decisão foi tomada em 14 de maio, e ela fugiu para a Itália para evitar a prisão.
Bonelli, da coligação Verde e de Esquerda, disse ter sido informado sobre o endereço da deputada licenciada na Itália e avisado a polícia italiana cerca de uma hora depois. Caso seja aprovado, o projeto de resolução de Sâmia indica que o título seria entregue em sessão solene da Câmara dos Deputados, em data a ser marcada pela mesa diretora.
Na justificativa, a deputada do PSOL diz que a fuga da deputada à Itália foi reiteradamente criticada por Bonelli, “que desde o início atuou para pressionar as autoridades italianas a efetuar a captura e posterior extradição de Zambelli, a fim de que respondesse por seus crimes perante a Justiça brasileira.”
O texto afirma ainda que o parlamentar italiano manteve contato frequente com as autoridades, “insistindo na localização e prisão da foragida, chegando a classificar a situação como ‘uma vergonha’ e reafirmando que ‘ninguém é intocável’.”
“Pela atuação firme e incansável contra a tentativa de fuga de Zambelli no território italiano, o deputado Angelo Bonelli desempenhou papel fundamental na colaboração entre as instituições italianas e brasileiras, contribuindo para que uma das principais articuladoras da tentativa de subversão da ordem democrática no Brasil pudesse ser finalmente responsabilizada por seus atos”, escreveu Sâmia.