Parlamentares do PSOL convocam audiência pública para barrar privatização da Trensurb
Sâmia Bomfim e Fernanda Melchionna defendem transporte como direito social e denunciam ameaça de entrega do metrô gaúcho à iniciativa privada
Foto: Trensurb/Divulgação
A luta em defesa do transporte público ganhou novo fôlego na Câmara dos Deputados. A pedido das deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS), a Comissão de Administração e Serviço Público realizará, nesta terça-feira (23), uma audiência pública sobre os estudos de privatização da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb).
Incluída no Programa Nacional de Desestatização desde 2019, a Trensurb segue sob ameaça de entrega à iniciativa privada. Para as parlamentares, a audiência será fundamental para expor os riscos de transformar um direito básico em negócio.
“Não é vendendo patrimônio público que se resolve o problema do transporte. A saída está no fortalecimento da Trensurb, na valorização dos seus trabalhadores e no investimento público”, afirma Melchionna.
Sâmia Bomfim reforça que o transporte coletivo deve ser encarado como parte essencial da cidadania:
“Estamos falando de um serviço que garante acesso à cidade, ao trabalho, à educação e à saúde. Privatizar significa encarecer tarifas, precarizar o serviço e excluir ainda mais a população pobre”.
A Trensurb atende diariamente milhares de pessoas na Região Metropolitana de Porto Alegre e cumpre papel estratégico para a mobilidade urbana. Com tarifas acessíveis e operação voltada ao interesse público, o sistema garante a circulação de trabalhadores e estudantes em um dos maiores polos urbanos do Sul do país.
A defesa das deputadas do PSOL ocorre em sintonia com a resistência popular que já se organiza no Rio Grande do Sul contra os planos de desestatização. Experiências recentes de privatizações de serviços essenciais – de energia elétrica a saneamento – têm mostrado aumento de tarifas, queda na qualidade e precarização das relações de trabalho. Defender a Trensurb pública, não apenas fortalece a demanda popular contra a privatização, mas também a pauta do transporte como direito social, e não como mercadoria.