Queremos todas vivas: mudança cultural e política para frear feminicídios no RS
Comissão coordenada por Fernanda Melchionna realiza audiência em Porto Alegre; deputadas defendem educação, acolhimento e monitoramento eletrônico como pilares da proteção às mulheres
Foto: Ascom Luciana Genro
Diante do alto número de feminicídio recentes no Rio Grande do Sul, a Comissão de Representação Externa da Câmara de Deputados sobre o tema, coordenada pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL), tem realizado audiências públicas e visitas técnicas em diversas cidades gaúchas. Em Porto Alegre, o evento ocorreu na Câmara de Vereadores, com a presença da deputada Luciana Genro (PSOL), que vem acompanhando os diversos encontros da Comissão.
Só no Rio Grande do Sul, 54 mulheres já foram vítimas de feminicídio em 2025, um número alarmante. Luciana Genro destacou a necessidade de ações conjuntas nas diversas esferas para frear esse cenário. “Este é um problema estrutural da sociedade, que passa muito pela cultura da mulher ser propriedade do homem. Então, precisamos fortalecer a educação nas escolas para evitar o problema. Ações como a Patrulha Maria da Penha, as tornozeleiras eletrônicas e o acolhimento das vítimas são fundamentais, mas elas acontecem após a violência. Nós precisamos de uma mudança cultural para evitar a violência”, afirmou a deputada.
Outra questão que vem sendo cobradas por Luciana Genro é a utilização de tornozeleiras eletrônicas para agressores de mulheres. “O monitoramento eletrônico tem um papel fundamental, de forma conjunta com outras políticas, na proteção às mulheres. Em parceria com a deputada Fernanda Melchionna, pensamos em um projeto de lei que obrigue todos os agressores ao uso de tornozeleira eletrônica”, pontuou Luciana Genro.
O projeto, PL 4165/2025, já foi protocolado por Fernanda Melchionna e irá, se aprovado, transformar o uso das tornozeleiras eletrônicas em casos de agressão contra mulheres em regra e não mais em exceção. “As visitas técnicas que estamos fazendo nos mostram até aqui que nenhum agressor monitorado conseguiu atacar a vítima. Os poucos, e são muitos poucos, que tentaram, não conseguiram chegar até elas em razão do monitoramento da Patrulha Maria da Penha. Ou seja, vidas foram salvas, feminicídios foram evitados. É isso que queremos!”, afirmou Fernanda Melchionna.
Dentre as vereadoras que participaram da abertura da audiência pública estiveram as parlamentares do PSOL Karen Santos e Grazi Oliveira, Procuradora da Mulher na Câmara, além da deputada federal Maria do Rosário e das deputadas estaduais Bruna Rodrigues, Procuradora da Mulher da Assembleia, e Stela Farias. A Comissão ainda fará visitas técnicas e audiências em Passo Fundo, Gravataí, Esteio e Viamão.