Liberdade para os presos políticos da flotilha, liberdade para toda Palestina

Liberdade para os presos políticos da flotilha, liberdade para toda Palestina

Uma nova situação política se gesta no horizonte, com mais polarização e choques

Israel Dutra 3 out 2025, 14:06

Quando escrevemos esse breve editorial, o Estado genocida de Israel mantém sequestrados mais de 400 ativistas, de cerca de 40 nacionalidades diferentes, após a interceptação ilegal da Flotilha que levava ajuda humanitária até Gaza.

Nessas horas tensas, fruto do gatilho da repressão a flotilha, a classe trabalhadora italiana cumpre com sua promessa: se tocassem a flotilha, parariam “tudo”. E assim está sendo. Mais de um milhão de pessoas nas ruas de toda Itália, na maior greve geral que o país conheceu em décadas. Uma nova situação política se gesta no horizonte, com mais polarização e choques.

No Brasil, saímos às ruas, com uma vanguarda animada e combativa, em várias capitais com destaque para o Rio de Janeiro e Porto Alegre, para cobrar do governo brasileiro todas medidas de segurança e a imediata repatriação dos brasileiros detidos nas masmorras do estado sionista.

A flotilha impulsionou a mobilização no mundo

A flotilha, liderada por Greta Thumberg, Thiago Ávila, contando com a participação de 15 brasileiros, entre eles, Mariana, Gabi e Nico, do MES, além de ativistas como Bruno Gilga, a deputada Luziane Lins, foi o “gatilho” que despertou uma nova onda de mobilizações.

Vista como uma ação exemplar, disposta às últimas consequências, para romper o cerco em relação à Gaza, a Flotilha contagiou o ativismo com a ideia de solidariedade ativa. E isso deflagrou uma nova realidade nos países europeus, sobretudo Itália e Espanha, com manifestações de massas, que culminaram na greve geral do dia 3.

A postura de Petro na ONU indicou que há espaço para ações mais combativas, visto que o estado genocida sofre seu maior isolamento, mas ainda assim dobra a aposta. O chamado plano de paz é na verdade, um ultimato, ou se aceita um plano neocolonial institucional ou a extrema direita israelense estaria apta para colocar em ação a “solução final”. Trump e o imperialismo estadunidense são o principal sustentáculo do genocídio, com a cumplicidade do “mundo ocidental”, dos governos da maior parte dos países.

A flotilha desencadeou e catalisou os sentimentos de revolta e resistência a favor da Palestina, de forma desigual no mundo. Aqui no Brasil, os atos são de vanguarda, mas existe uma simpatia crescente com a defesa da Palestina.

É preciso observar a dinâmica mais geral, onde começa um novo ascenso da juventude no mundo, com a repercussão dos atos da chamada GEN Z: o epicentro é Itália, mas também assistimos diferentes rebeliões pelo planeta. Segue a luta violenta em Marrocos, com dezenas de mortos enfrentando a monarquia reacionária. Nepal os protestos, ainda que difusos, derrubaram o governo. Manifestações desse tipo tiveram lugar na Indonésia, Timor Leste, entre outros países, nas últimas semanas. Podemos falar das lutas no Peru, onde ainda que minoritárias, as manifestações da juventude trazem alento contra o governo Dina Boluarte. E não podemos esquecer da greve geral da CONAIE no Equador, que leva dias se bancando contra o giro repressivo do governo Noboa.

Com a Palestina, incondicionalmente

A luta da flotilha é parte da luta mais ampla em defesa de Gaza e do povo palestino.

Não sabemos qual será a dinâmica dos próximos dias, mas a extrema direita está organizada mundialmente para defender que siga o genocídio e a nova colonização. A única certeza é seguir, do lado de cá, novas e fortes mobilizações ao redor da defesa de Gaza. Apoiando as iniciativas corajosas como a de Petro, exigindo dos governos uma postura mais nítida- o Brasil ainda não rompeu relações com os genocidas.

Nesta sexta-feira o governo brasileiro liderou na ONU a denúncia contra Israel por ter sequestrado os ativistas da Global Sumud Flotilla’. Isso não isenta o equívoco que foi o ‘aplauso ‘ de Mauro Vieira ao plano Trump, que é um ultimato dos colonizadores”

Nós, do MES, como parte da ala crítica e dos fundadores do PSOL temos a responsabilidade de jogar todas as nossas forças nessa causa decisiva. E fazemos isso junto a outros setores da esquerda radical, de todo mundo, que bancam essa luta. Como foi o caso dos companheiros do Bloco de Esquerda em Portugal ou da FITU na Argentina. E sempre apoiando os heroicos lutadores do povo palestino, que no Brasil levantam sob condições difíceis a luta como os que estão a frente da Frente Palestina de SP e da coordenação da Flotilha.

Esse final de semana, 4 e 5, devem ter concentrações massivas, em cidades como Roma, Londres, Paris, São Paulo, Sidney, Barcelona, New York, onde a resistência deve mostrar sua força, animada pela coragem da flotilha e a disposição da juventude no mundo.

Vamos fazer uma grande recepção e acolhida aos brasileiros quando do seu retorno, onde seguimos exigindo medidas do governo brasileiro. Os camaradas são um exemplo de abnegação, combatividade e moral que inspiram o conjunto da militância.


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Editorial
Israel Dutra | 03 out 2025

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