Estados Unido: cenas de uma unidade do Starbucks em greve

Estados Unido: cenas de uma unidade do Starbucks em greve

Em Madison, nossa coluna conversou com Joanna, trabalhadora da unidade do Starbucks em greve

Quinta-feira, 11 de dezembro. Em meio ao frio da cidade de Madison (WI), na Avenida do Estado, algumas pessoas se reúnem em frente a uma unidade do Starbucks. São baristas em greve, além de apoiadores. Na capital do Wisconsin, 1/3 das unidades da cafeteria estão paradas. A greve é de alcance nacional. Os trabalhadores mobilizam-se cantando palavras de ordem como:

No contract, No coffee! [Sem acordo, Sem café!]

No Workers, no Starbucks! [Sem trabalhadores, Sem Starbucks!]

The workers! United! Will never be divided! [Trabalhadores unidos! Jamais serão vencidos!]

            O Starbucks é uma grande rede multinacional de cafeterias. Nos Estados Unidos, conta com mais de 15 mil lojas, que empregam centenas de milhares de trabalhadores, em sua maioria jovens. Nos últimos anos, a sindicalização, ainda minoritária, aumentou, com baristas exigindo remuneração justa e melhores condições de trabalho.

            A greve de 2025 não abrange a maioria da rede, mas impacta o dia a dia de muitas cidades e contribui para formar uma nova geração de ativistas sindicais. Os grevistas também pedem para que, durante a greve, consumidores não comprem cafés nas unidades abertas do Starbucks. A militância do Democratic Socialists of America (DSA) soma-se aos piquetes em solidariedade à greve.

Em Madison, nossa coluna conversou com Joanna, trabalhadora da unidade do Starbucks em greve em greve na Avenida do Estado, Madison. Ela explicou a mobilização, e enviou ao final um recado para o Brasil.

FLCMF: Joana, obrigado por conversar com a gente. Você pode começar se apresentando?

Joanna: Claro! Meu nome é Joanna, tenho 24 anos e sou gerente de turno nesta unidade da Starbucks na Capitol Square, Avenida do Estado. Trabalho na Starbucks há seis anos.

FLCMF: O que está acontecendo neste momento, nesta loja do Starbucks?

Joanna: Nós somos sindicalizados aqui há mais de três anos e, em nível nacional, há cerca de quatro. O Starbucks, enquanto empresa, tem sistematicamente atrasado as negociações. Além disso, tem recorrido a práticas antissindicais, tentando espalhar medo e desinformação sobre os sindicatos, para impedir que as lojas se sindicalizem ou para que os trabalhadores decidam não votar pela sindicalização.

Neste momento, estamos em uma greve nacional. As negociações do contrato começaram no ano passado, mas entraram num impasse. A empresa queria oferecer um aumento de 1%, o que equivale a cerca de 15 centavos a cada hora trabalhada, e o nosso sindicato foi firme em afirmar que isso não constitui um aumento salarial suficiente, especialmente se considerarmos que o nosso CEO recebeu 90 milhões de dólares no ano passado por apenas quatro meses de trabalho.

Proporcionalmente, a empresa lucra milhares de dólares por cada trabalhador. Por isso, estamos aqui em greve, e já estamos paralisados há algumas semanas. O nosso objetivo é pressionar financeiramente a empresa, para que ela volte à mesa de negociações e apresente uma proposta melhor, especialmente em relação aos salários e às questões econômicas.

FLCMF: Quantas lojas e quantos trabalhadores estão em greve em nível nacional?

Joanna: Em nível nacional, acredito que seja perto de 200 lojas. De um total aproximado de 15 mil lojas da Starbucks, cerca de 500 são sindicalizadas atualmente, e outras devem se somar em breve. Aqui em Madison, quatro das seis lojas sindicalizadas estão em greve. Temos, ao todo, seis lojas sindicalizadas, o que representa cerca de metade do nosso distrito, que tem em torno de 12 ou 13 lojas no total.

FLCMF: Para finalizar, que mensagem você daria para os ativistas brasileiros que estão acompanhando essa mobilização em solidariedade a vocês?

Joanna: Solidariedade em todos os lugares. Tenho certeza de que há muitas lutas acontecendo no Brasil também, no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores. Estar atento a onde você gasta o seu dinheiro e às práticas das empresas para as quais trabalha é fundamental. E apoiar outros trabalhadores nas suas próprias comunidades. No fim das contas, tudo se resume à solidariedade.

FLCMF: Joana, muito obrigado. Toda força, e nossa solidariedade internacional à greve!


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