Portugal: mais de três milhões de trabalhadores aderiram à greve geral
Contra a reforma laboral, mais de três milhões de trabalhadores aderem à greve geral em Portugal
A greve geral desta quinta-feira contou com a adesão de mais de três milhões de trabalhadores de norte a sul do país. O balanço foi apresentado ao início da tarde pelo secretário-geral da GGTP, que também respondeu ao ministro Leitão Amaro, que minutos antes deu uma conferência de imprensa para dizer que considerava a greve “inexpressiva”.
“O Governo está completamente alheado da realidade do país. O Governo não percebe aquilo que é a resposta que hoje os trabalhadores estão a dar, não quer perceber aquilo que é a justeza que traz hoje os trabalhadores para a luta”, afirmou o líder da CGTP, acusando o executivo PSD/CDS de “tentar diminuir o impacto da greve geral, tendo uma agenda política própria que quer continuar e à qual os trabalhadores certamente irão dar luta como estão a dar hoje nesta greve geral”.
No que diz respeito aos números da greve, Tiago Oliveira destacou a forte adesão dos trabalhadores no setor privado, além dos serviços públicos que se encontram paralisados e a funcionar em serviços mínimos. No setor público e administração local a adesão vai dos 80% aos 100%. No levantamento resumido por Tiago Oliveira aos jornalistas, deu conta de lotas encerradas de norte a sul, os portos de Lisboa, Aveiro e outros sem movimento de barcos, cantinas e refeitórios encerrados, várias empresas do setor das bebidas, alimentação, cerâmica, têxtil, distribuição e automóvel com adesões acima dos 80%, o mesmo acontecendo no setor social, e nos transportes, com o aeroporto de Faro encerrado e forte adesão nos restantes.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais afirmou que esta “foi a maior das greves realizadas nos últimos anos”, com níveis de adesão acima dos 95% nos principais setores de atividade da Administração Pública. A conclusão é que o pacote laboral do Governo “só pode ter um destino – o caixote do lixo!”, concluem.
Também o secretário-geral da UGT afirmou ao final da manhã à Rádio Renascença que a adesão à greve poderá superar os 80%. “Julgo que esta greve vai ter mais impacto do que em 2013, pelos dados que temos. As pessoas estão mais informadas sobre a situação e aderiram à greve. É um dia importante para dar uma resposta firme”, afirmou Mário Mourão, não descartando a hipótese de vir a convocar uma segunda greve geral contra este pacote laboral.