A ação de Moro que impediu Lula de concorrer em 2018 foi ilegal e eminentemente política. O que ocorreu depois disso conhecemos bem. A anulação das condenações de Lula é uma reparação necessária, uma vitória democrática no atual estágio de enfrentamento a um presidente fascista e genocida.
Tal decisão reforça a necessidade de constituir a mais ampla unidade de ação contra Bolsonaro, lutar contra o bolsonarismo em todas as frentes e com todos os aliados reais possíveis. O #ForaBolsonaro segue como prioridade: derrubar o presidente antes de 2022 é uma tarefa de primeira ordem.
A reabilitação de Lula também reforça a necessidade de uma articulação de esquerda e centro-esquerda para derrotar o bolsonarismo em 2022. Tal unidade deve ser ampla e não fortalecer apenas um polo: não pode seguir a regra do hegemonismo e deve levar em conta as experiências feitas nos últimos anos.
O PSOL deve se inserir neste debate afirmando sua independência e apresentando um programa de emergência para o Brasil, cujo eixo não seja a conciliação de classes. Foi um “pacto” entre desiguais que pariu o que o Brasil tem de mais mórbido: o bolsonarismo. Não podemos simplesmente reeditar uma volta ao passado. Temos um grande debate pela frente.
David Miranda é jornalista nascido na favela do Jacarezinho, parceiro de Edward Snowden na luta contra a espionagem na Internet e deputado federal do PSOL/RJ.