20 de novembro: lutar contra o racismo e pelo Fora, Bolsonaro!
Neste 20 de novembro, tão importante quanto lembrar a nossa história de resistência negra é se organizar pela derrocada deste governo.
Foram 356 anos de escravidão formal, na qual no nosso povo era sequestrado na Africa, transportado numa migração forçada pelo Atlântico, para trabalhar desumanamente em canaviais, minas e outros afazeres sociais para exploração portuguesa no Brasil.
Anos de muita dor e opressão, o povo negro construiu a resistencia de diversas formas, sendo atraves de fugas, revoltas, rapinagem, greves e, de maneira mais organizada quilombos nas florestas do pais inteiro. A paisagem brasileira do periodo colonial e imperial é de conflitos, com os indios lutando para sua existência e os negros lutando pela sua liberdade.
O dia 20 de novembro, dia da consciência negra, está diretamente ligado ao processo de organização do Quilombo de Palmares e morte do seu lider Zumbi dos Palmares em 1695 na Serra da Barriga. Sua luta e resistência dos quilombolas que organizaram no meio da floresta com organização social-militar-politica própria é para nós uma referência de dedicação e obstinação pela causa coletiva e de luta dos oprimidos.
Combinar a luta antirracista com a derrubada de Bolsonaro
A luta contra o racismo no Brasil tem no mês de novembro, um ponto importante no calendário. Este ano, a data histórica ampliou seus contornos a partir da necessidade de derrubada do governo Bolsonaro.
Nosso país superou a marca de 600 mil mortos pelo COVID-19, fruto da política catastrófica do governo Federal. O aumento geral dos preços dos alimentos e da gasolina, revela a ausência de alternativa econômica que venha a atender os trabalhadores. A fome e a miséria passam a assolar ainda mais a nossa população pobre, na sua maioria negra. O desemprego está numa crescente. Bolsonaro segue na sua política genocida e anti-ciência.
O desgaste de Bolsonaro é uma realidade visível. Expressa uma combinação dos combates sociais dos movimentos sociais que no último período se mobilizaram contra o governo; e da queda da qualidade de vida do povo pobre. A dinâmica institucional, em especial a CPI, vêm expondo os meandros da política de Bolsonaro e de seus pares, cada vez mais ligada a corrupção e ao negacionismo. Ele vem perdendo força social, fruto do caos social, político e econômico que nosso país está vivendo. O ano de 2021 terá esta cara, a das mobilizações de guerreira(o)s que ousaram lutar no período de pandemia, que colocaram o Fora Bolsonaro na ordem do dia.
Por isso é importante participar de atividades, manifestações, atos, seminários, festivais e simpósios que organizem a luta racial, e a combinem num polo de resistência pelo Fora Bolsonaro. Neste 20 de novembro, tão importante quanto lembrar a nossa história de resistência negra é se organizar pela derrocada deste governo. Saudar a memória de Zumbi, Ganga Zumba, Dandara, Luiza Mahin, Teresa de Benguela e Maria Conga, é lutar em nossos contra aqueles que querem oprimir o nosso povo nos dias de hoje.