Mariana Conti denuncia ação criminosa na expansão urbana em Campinas
Em audiência pública, parlamentar do PSOL alertou sobre o impacto ambiental do avanço da cidade sobre zonas rurais e denunciou ações do prefeito Dário Saadi
Foto: Ascom Mariana Conti
Durante Audiência Pública na Câmara Municipal de Campinas que debateu alterações propostas na Lei 207, por meio do Projeto de Lei 88/2023, a vereadora Mariana Conti (PSOL) expressou críticas contundentes à expansão urbana prevista na primeira e as insuficiências da segunda em conter a devastação ambiental já em curso na cidade. A parlamentar fez um alerta para o que denominou “crime ambiental sem precedentes”, denunciando ações do prefeito Dário Saadi.
Mariana destacou a importância de utilizar os vazios urbanos em vez de expandir para áreas rurais, onde estão localizadas as áreas verdes essenciais para permeabilidade do solo (controle de enchentes) e no controle térmico.
Enfrentamento às mudanças climáticas
A vereadora alertou para a urgência climática, citando um estudo da Unicamp que demonstra um aumento de mais de 1°C na temperatura de Campinas nos últimos 34 anos, e ressaltou a importância das áreas urbanas, rurais e verdes na regulação térmica da cidade.
“Estamos vivenciando na pele a urgência climática. A aplicação dos instrumentos urbanísticos para utilizar os vazios urbanos e não expandir para áreas rurais é crucial”, disse.
Manobras que servem aos grandes empreendimentos
Mariana Conti apontou contradições na Lei 207, questionando a destinação prioritariamente rural para a zona de expansão urbana. Criticou a criação de uma figura indefinida no novo zoneamento, considerando-a uma manobra, e alertou sobre os impactos da expansão urbana na ausência de proteção efetiva das áreas verdes e rurais. A vereadora questiona ainda a compatibilidade de edifícios em áreas de preservação ambiental, destacando uma falta de proteção efetiva dessas áreas.
“A prefeitura está criando ilhas de matas cercadas por empreendimentos, o que pode ter impactos sérios na fauna e na preservação do ecossistema local”, alertou.
Crime ambiental de Dário Saadi
Mariana Conti concluiu enfatizando a necessidade de proteger efetivamente as áreas verdes e rurais da cidade. Destacou que qualquer alteração na legislação deve refletir uma mudança robusta em direção ao uso prioritariamente rural, para evitar a continuidade de crimes ambientais perpetrados pela Prefeitura de Campinas, que promove uma devastação ambiental na cidade.
“A aplicação prática da Lei 207, que propõe a expansão urbana prioritariamente rural, parece contradizer essa intenção. Criar edifícios próximos a áreas de preservação ambiental, como mencionado no projeto, é um verdadeiro crime ambiental em nossa cidade”, afirmou a vereadora.