Sâmia e Fernanda representam contra ex-policial por falas criminosas
Em aula de cursinho preparatório, homem incentivou violência sexual contra mulheres mortas
Foto: Twitter/Reprodução
As deputadas federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS) pediram que o Ministério Público Federal investigue um professor de cursos preparatórios para concursos em carreiras policiais que aparece em um vídeo incentivando os alunos a violar cadáveres de mulheres.
“Aí você está lá e vem uma menina do Pânico na TV morta. Meu irmão, com aquele ‘rabão’. E ela infartou de tanto tomar ‘bomba’ na porta do necrotério e tu levou lá para dentro”, diz ele. “Duas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão. Quentinha ainda. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime”.
O homem em questão é o ex-policial militar Evandro Guedes, que ainda instrui os alunos sobre técnicas para o cometimento do crime, como o uso de um secador de cabelo para reaquecer o cadáver. Amigo da família Bolsonaro, Guedes é fundador do curso AlfaCon, que prepara para concursos públicos. A empresa afirmou, em nota, que ele não faz parte mais da equipe. Não se sabe quando o vídeo foi gravado.
É difícil assistir o vídeo até o fim, pelas barbaridades que o “professor” ensina e pelo tom de deboche. Sâmia e Fernanda destacam que as falas são criminosas e se enquadram em incitação ao crime de vilipêndio de cadáver, previsto no Código Penal.
“Não é admissível que alguém que está na função de preparar futuros servidores públicos, ainda mais em carreiras tão sensíveis quanto aquelas ligadas à segurança pública, acredite ter o direito de se expressar nesses termos”, afirmam as parlamentares na representação. “Não bastasse a natureza torpe e violadora de direitos por si, os atos estimulados pelo senhor Evandro Guedes constituem crime, conforme prescreve o Código Penal”, acrescentam.
Dada a repercussão do vídeo, Guedes gravou outra mensagem em que minimiza (e piora) seu discurso:
“Se ela está morta, não é uma mulher. O que ela é? É um defunto, não é uma pessoa viva, não tem mais personalidade jurídica, porque ela morreu.
Nem na morte as mulheres têm paz.