Greve na educação federal deve paralisar todas as categorias em abril
Funcionários da Educação Básica, profissional e tecnológica entraram em greve nesta quarta e professores param no dia 15. TAEs estão paralisados desde 11 de março
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Funcionários federais da educação básica, profissional e tecnológica dos Institutos Federais entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (3). Segundo o Sinasefe, sindicato da categoria, mais de 230 unidades de ensino em pelo menos 18 estados estarão envolvidas na paralisação.
Conforme David Lobão, coordenador geral do Sinasefe, a greve incluirá professores e funcionários técnico-administrativos dos Institutos Federais, abrangendo mais de 600 campi, além do Colégio Pedro II, do Instituto Nacional de Educação de Surdos e do Instituto Benjamin Constant, bem como colégios e escolas federais ligadas ao Ministério da Defesa.
Os servidores pleiteiam recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, além da reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e docente. Eles também exigem a revogação de todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas durante os governos Temer e Bolsonaro, bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
As reivindicações são semelhantes aos demais grupos de servidores da Educação da rede federal, como professores e técnicos dos colégios e institutos federais, que devem paralisar as atividades a partir do dia 15. Os servidores técnicos administrativos (TAEs) das universidades estão em greve desde 11 de março.
Negociações
O Ministério da Gestão informou que, em 2023, viabilizou, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação.
“Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos”, destacou a pasta, ao acrescentar que, no segundo semestre de 2023, iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024.
Ainda de acordo com o ministério, como parte desse processo foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras.
“A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, informou o ministério.
No caso específico da carreira de técnicos-administrativos educacionais, dois ministérios (o da Gestão e o da Educação) criaram grupo de trabalho para tratar da reestruturação do plano para cargos técnico-administrativos em educação.
No dia 27 de março, o relatório final do grupo foi entregue à ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, para servir de “insumo” para a proposta de reestruturação de carreira que será apresentada na mesa de negociação.
*Com informações da Agência Brasil