Perseguição na educação catarinense: professora é afastada por ‘militância política’
A Secretaria da Educação de SC abriu um processo persecutório e afastou de seu trabalho a dirigente sindical e professora de filosofia Carolina Puerto
Foto: Divulgação
O governador Jorginho Mello (PL) empreende a cruzada bolsonarista perseguindo educadores em Santa Catarina. Na recente greve da educação estadual, demitiu arbitrariamente professores temporários (ACTs) para tentar desmobilizar o massivo contingente de adesões. Agora, realiza verdadeira batalha ideológica para demitir uma das principais lideranças do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Estadual (SINTE Regional Floripa), a professora Carolina Puerto.
A notificação, realizada por meio do Diário Oficial do Estado na última segunda-feira (17), afastou a trabalhadora por 60 dias, com possibilidade de prorrogação, para processamento de Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Os colegas de Carolina foram os primeiros a se manifestarem, em documento “Carta Aberta” na manhã de terça (18). No documento, ressaltam as excrescências da motivação do afastamento.
Na manifestação dos docentes da Escola Simão José Hess, é relatada a visita pessoal da coordenadora Regional de Educação, que teria relatado o conteúdo da infração cometida pela professora: uma aula sobre fake news, gravada sem autorização. Ironicamente, o tema é componente curricular e consta do Currículo Base do Ensino Médio do Território Catarinense – Caderno 2, produzido pela Secretaria Estadual da Educação
Enquanto senador, Jorginho esteve na vanguarda do retrocesso compondo a linha de frente na CPI da Covid, na qual defendeu o “tratamento precoce”. No governo, protagoniza a censura aos livros e teria usado papeis cenográficos para comprovar “multas aplicadas pela ANTT”. Em suma, o governador catarinense é dos mais proeminentes bolsonaristas, com ações fascistizantes.
O ataque à professora Carolina, articulado por meio de uma gravação em sala de aula, é expediente do bolsonarismo desde o ex-ministro Weintraub, e utilizado por outros espécimes, inclusive por Jair Bolsonaro – agravado por se tratar de uma liderança sindical com papel destacado na mobilização e na luta contra os retrocessos na educação. Por isso, é necessária a ampla solidariedade à Carolina, pelo fato de a medida atingir diretamente sua dignidade e a unidade de ação para enfrentarmos o neofascismo em mais um dos seus expedientes.
Pelo imediato retorno de Carolina à escola!