Mísseis da Rússia matam mais de 40 civis na Ucrânia
Ataque destruiu hospital pediátrico em Kiev. Moscou nega autoria do ataque, considerado o mais letal do ano
Foto: VolodimirZelensky/Fotos Públicas
Pelo menos 41 pessoas morreram e 190 ficaram feridas em cidades ucranianas na segunda-feira (8), após um ataque do exército russo. Conforme o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, o país foi alvo de cerca de 40 mísseis. Um deles, atingiu um hospital pediátrico na capital, Kiev.
Quase 400 socorristas e centenas de voluntários trabalharam desde ontem na retirada de escombros do hospital de Okhmatdyt em busca de corpos e sobreviventes, que estão sendo transferidos para outras unidades de saúde. Duas mortes foram confirmadas e autoridades decretaram um dia de luto na capital.
“A operação de resgate após o ataque com mísseis russos de ontem continua”, escreveu Zelensky em suas redes sociais. “Continuamos o nosso trabalho para aumentar a proteção das nossas cidades e comunidades do terror russo. Tomaremos decisões. O mundo tem a força necessária para isso”, acrescentou.
Segundo o governo local, um míssil de cruzeiro russo Kh-101 atingiu o hospital. Já a Rússia acusa a própria Ucrânia pelo episódio. Nesta terça-feira (9), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou não ataca alvos civis e, sem oferecer provas, disse que o bombardeio foi causado por uma falha no sistema antimísseis ucraniano.
“Peço que se guiem pelas declarações do Ministério da Defesa da Rússia, que exclui totalmente a possibilidade de ataques a alvos civis e afirma que estamos falando de um sistema antimísseis em queda”, disse ele.
Já o Serviço de Segurança da Ucrânia disse que fragmentos da parte traseira de um Kh-101, com um número de série, foram recuperados no local, bem como parte do sistema de orientação.
“As conclusões dos especialistas são inequívocas: foi um ataque direto”, informou o órgão no Telegram.
Na ONU
Zelensky recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo uma reunião do Conselho de Segurança para discutir um dos ataques mais letais da guerra, que se estende por mais de dois anos. O presidente da Ucrânia espera obter apoio para ampliar as defesas, além de obter carta branca para atacar o adversário com as armas das nações aliadas e neutralizar alvos militares russos. Porém, nações como os Estados Unidos restringem o uso de seus equipamentos dentro da Federação Russa por medo da reação de Moscou.