Desistência de Biden anima democratas
Site do partido teve recorde de doações no domingo e Kamala Harris aparece empatada com Trump nas pesquisas eleitorais
Foto: RS via Fotos Públicas
A fragilidade da candidatura Biden à corrida presidencial norte-americana – somada a capitalização do atentado contra Donald Trump pelos republicanos – já provocava arrepios nos quatro cantos do mundo pela possibilidade de a extrema direita reconquistar a liderança do império. Mas eis que após sofrer muita pressão de correligionários, doadores de campanha e eleitores, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden desistiu de tentar a reeleição.
Em uma carta divulgada nas redes sociais neste domingo (21), o político anunciou a desistência e indicou sua vice, Kamala Harris para substituí-lo.
“É hora de nos unirmos para combater Trump”, afirmou.
Em nota, democratas do quilate de Bill e Hillary Clinton apoiaram a decisão e endossaram o nome de Kamala.
“Agora é a hora de apoiar Kamala Harris e lutar com tudo o que temos para elegê-la. O futuro da América depende disso”, diz o texto
Apesar de a indicação precisar ser ratificada em convenção, Kamala já deu a largada na campanha. A vice-presidente fez uma postagem no domingo (21) agradecendo o apoio de Joe Biden e abrindo um site para arrecadar doações para sua campanha.
“Farei tudo o que estiver ao meu alcance para unir o Partido Democrata e unir a nossa nação para derrotar Donald Trump e a sua agenda extrema do Projeto 2025. Se você está comigo, faça uma doação agora mesmo”, escreveu no X.
Funcionou. A plataforma de arrecadação de fundos para a campanha do Partido Democrata recebeu US$ 46,7 milhões (aproximadamente R$ 259 milhões) apenas no domingo. Foi o dia de maior captação do ano – o que demonstra a empolgação dos eleitores com um nome realmente competitivo para combater Trump.
Joe Biden, 81 anos, vinha mostrando crescente debilidade frente ao astucioso Trump. O desempenho do presidente no último debate foi melancólico. Perdido, não conseguia reagir aos ataques do oponente. Como se não bastasse, a imprensa registrou uma sequência de gafes que fez muitos questionarem se ele suportaria a pressão da corrida eleitoral. Até grandes nomes de seu partido, como Barack Obama e a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, vazavam recados públicos de que Joe deveria sair da disputa.
A pouco mais de três meses da eleição, o desafio democrata é construir um consenso em torno de um nome de peso. Além da vice-presidente, também ambicionam o posto nomes de peso como os governadores da Califórnia, Gavi Newson; de Illinois, J.B. Pritzker; e de Michigan, Gretchen Whitmer; além da senadora por Massachusetts, Elizabeth Warren.
Pesa a favor de Kamala – promotora, ex-senadora, negra descendende de jamaicanos e indianos – a sua popularidade: ela já desponta nas pesquisas eleitorais empatada com Trump. Agora é ir atrás de votos na convenção democrata, que será realizada entre 19 e 22 de agosto.