AtivOZ promove premiação Samba de Benguela
Evento homenageia mulheres negras com impacto significativo na comunidade; Paula Lima está entre as homenageadas
Foto: Reprodução
No dia 25 de julho, a partir das 18h30, acontece o evento “Samba de Benguela” no Favella Boteco, localizado no Km 18, em Osasco. Criado pela mandata Juliana & AtivOZ, o evento celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola do centro-oeste brasileiro.
A mandata Juliana & AtivOZ também é responsável pela Lei Nº 5.306/2023, que institui o Dia Municipal de Tereza de Benguela e da Mulher Negra no Calendário Oficial do Município de Osasco, a ser comemorado anualmente no dia 25 de julho.
Entre as homenageadas deste ano estão mulheres notáveis, como a cantora Paula Lima, conhecida por sua poderosa voz e contribuições para a música brasileira; a feminista Flavia Cristiane Raimundo Santos, residente do Jardim Conceição, que tem se destacado na luta pelos direitos das mulheres; a Mãe de Santo Luciana Cobo, da Vila Zatti, respeitada por seu trabalho e liderança espiritual; Daysi Monteiro, a criadora do Café das Pretas e co-fundadora do Coletivo Viela Vive, do Rochdale; e Dona Helena, autora do livro “O Acaso – Eu & Você”, que vem encantando leitores com suas palavras inspiradoras.
“A premiação Samba de Benguela é um marco na celebração e reconhecimento das mulheres negras que são a base da nossa sociedade,” afirma Juliana Curvelo, vereadora de Osasco e representante do coletivo AtivOZ. “É essencial valorizarmos essas mulheres que, assim como Tereza de Benguela, lutam diariamente contra as adversidades e promovem transformações significativas em suas comunidades.”
Quem foi Tereza de Benguela
No século XVIII, Tereza de Benguela liderou o maior quilombo do centro-oeste brasileiro, localizado no Vale do Guaporé, em Mato Grosso. Após a morte do marido, José Piolho, Tereza assumiu o comando do Quilombo Quariterê, resistindo às investidas da coroa portuguesa.
Conhecida como rainha, todas as decisões do quilombo passavam por ela. Historiadores acreditam que Tereza de Benguela não seja seu nome verdadeiro, sendo “Tereza” um nome cristão e “Benguela” uma referência ao porto de onde ela foi trazida da África. Fundado em 1730, o Quilombo Quariterê resistiu por 70 anos sob sua liderança, abrigando cerca de 100 pessoas entre negros, indígenas e mestiços.
Mais sobre as homenageadas
Flavia Cristiane Raimundo Santos, de 31 anos, é uma feminista classista, preta periférica, mãe e militante de base. Residente do Jardim Conceição há 20 anos, Flavia dedica-se à luta por igualdade de gênero e justiça social, utilizando sua voz e experiência para defender os direitos das comunidades marginalizadas. Sua atuação é marcada pela interseccionalidade e pelo compromisso com a transformação social e a emancipação das mulheres negras e periféricas. Ativista Cultural “Sarau Militantes”
Paula Lima é uma talentosa cantora e compositora brasileira conhecida por sua fusão de MPB, soul e funk. Ela iniciou sua carreira nos anos 1990 como vocalista da banda de samba-funk Unidade Móvel. Com um compromisso inabalável de inspirar as pessoas através da arte, Paula Lima continua a ser uma influência marcante na música brasileira.
Luciana Cobo é uma Iyalorisa e Juremeira com uma rica trajetória de trabalho social através das religiões de matriz africana, candomblé e catimbó Jurema Sagrada. Aos 52 anos, Luciana possui um legado de 35 anos dedicados à comunidade de Bela Vista, em Osasco, SP. Sua atuação é marcada por um profundo compromisso com a promoção da cultura, espiritualidade e inclusão social, utilizando a sabedoria ancestral para fortalecer e apoiar aqueles ao seu redor.
Daisy Monteiro, 36 anos, mora há 20 anos no bairro Rochdale, em Osasco. Mãe de Kayodê Baobá e Lara Carolina, Daisy é historiadora, arte-educadora, capoeirista, dançarina, e militante do movimento negro. Como criadora do Café das Pretas – Osasco e co-fundadora do Coletivo Viela Vive, ela se dedica a promover a cultura afro-brasileira e a lutar por igualdade e justiça social.
Nadir Proença da Silva: Nascida em 17 de outubro de 1949, Nadir Proença da Silva é uma figura admirada e respeitada na comunidade de Vila Isabel, onde reside há quase 61 anos. Com 74 anos de vida, Nadir é conhecida por seu espírito acolhedor, tendo aberto as portas de sua casa para receber e apoiar inúmeras pessoas ao longo dos anos. Sua dedicação à comunidade e sua generosidade são inspirações para todos que têm o privilégio de conhecê-la.
Helena Maria da Silva, mais conhecida como Dona Helena, é uma mãe e mulher negra da Cidade das Flores, Zona Oeste de Osasco. Ela escreve desde a infância e acumulou muitos cadernos e folhas soltas ao longo dos anos. Seu filho, impressionado com a qualidade dos escritos, levou-os ao professor no cursinho da Poli (USP). O professor elogiou o trabalho e quis saber quem era o autor, mas o filho manteve o segredo. Anos depois, já formado, o filho conseguiu o interesse da Amazon internacional para publicar o livro físico “O Acaso – Eu & Você”, que já foi vendido até no Japão. Para Dona Helena, escrever é uma paixão essencial e, apesar de sua timidez, ela se emociona ao falar sobre sua história.
Serviço:
AtivOZ promove o Samba de Benguela
Quando: 25 de julho, 18h30min
Onde: Favella Boteco, Av. General Nilton Estilac Leal, 1277, Km 18, OsascoInformações: (11) 99664-3441