Betim: A nossa luta não é de hoje
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Betim: A nossa luta não é de hoje

Síntese da trajetória do Movimento Esquerda Socialista (MES) na cidade de Betim – MG

Ruan Debian 3 set 2024, 10:39

Nos últimos anos, nós do Movimento Esquerda Socialista (MES), realizamos um trabalho ímpar na organização da diversa classe trabalhadora da cidade de Betim. Não foram poucos os embates que enfrentamos para chegarmos nestas eleições de 2024 e lançarmos – representado também pelo nosso combativo Coletivo JUNTOS! – o nome do camarada Ruan Debian para a disputa da vereança.

Nesse sentido, entendendo que as eleições para nós revolucionários é uma tarefa fundamental, mas encerrado o período eleitoral continuaremos, como diria o camarada Trotsky, “em mobilização permanente”. Pretendemos neste texto discorrer sobre a trajetória de nossa organização no município e apresentar tanto para nossos militantes quanto para o público externo, que existe uma organização militante que, de fato, atua diariamente na luta por uma sociedade verdadeiramente justa, ou seja, socialista.

Nossos trabalhos enquanto organização se iniciaram no período da pandemia, em 2021. Começamos com uma série de encontros on-line frisando o processo de formação política daquela nascente base socialista na cidade. Mesmo no período pandêmico, não ficamos apenas nos encontros virtuais. Seguindo a práxis marxista sintetizada na célebre frase do camarada Vladmir Lênin: “Não existe ação revolucionária sem teoria revolucionária”, em maio de 2021 realizamos uma denúncia sobre o descaso da prefeitura com as famílias necessitadas e, através dessa crítica, organizamos uma arrecadação de alimentos que amenizou consideravelmente as dificuldades das famílias beneficiadas.

Enquanto fazíamos as arrecadações, em comemorações ao aniversário do lançamento do Manifesto Comunista, fizemos uma série de formações políticas incentivando os estudos dos nossos. Abordamos temáticas como: Os trotskistas hoje em dia; a importância do manifesto comunista; a luta da classe trabalhadora na América Latina etc.

Como é sabido, a pandemia era o segundo maior problema enfrentado pelos brasileiros. Infelizmente, o (des)governo genocida presidido por Jair Bolsonaro à época, ganhou o mórbido título de primeiro lugar. Suas ações contribuíram, lastimavelmente, para que o Brasil fosse um dos países do Mundo com mais mortes provocadas pela Covid-19. Como falávamos naquele triste momento de nossa história mundial: “se o povo está na rua na pandemia é porque o governo é pior que o vírus”; ou a palavra de ordem: “o povo na rua, Governo a culpa é sua”.

As/os engajados/as camaradas de Betim se mobilizaram para combater o pior governo da história desde a redemocratização, em todas as manifestações realizadas em Belo Horizonte (capital de Minas Gerais), sempre em unidade com os/as camaradas da cidade de Ibirité, conseguimos lotar vans e até ônibus para somarmos na indignação que se espalhava por todo Brasil. Notório destaque foi a manifestação do dia 24 de julho de 2021, em que demarcamos a energia combativa da juventude socialista, de todas as idades, na manifestação ocorrida na parte da manhã em Betim e contribuirmos significamente no épico ato na parte da tarde em BH.

Em setembro de 2021, companheiras nossas foram linha de frente nas manifestações pela falta d’água no bairro Santo Afonso. Inspirados em Trotsky, quando declamou: “Ela virá, a revolução, e trará ao povo, não só direito ao pão, mas também à poesia”, iniciamos em outubro, respeitando todos os protocolos de saúde, o Sarau do JUNTOS! cujo objetivo era oferecer entretenimento politizante à juventude de todas as idades em nossa cidade – mas sempre importante frisar que tudo isso ocorria em conjunto com as formações marxistas.

Inúmeras e agradáveis parcerias foram sendo construídas no decurso da luta. Estivemos presentes em eventos do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), organizamos rodas de conversa sobre religião e política com os Franciscanos da cidade através de seu cursinho popular Educafro; estivemos lado a lado no ato dentro da prefeitura da cidade, com o coletivo Morre Não SUS-Betim, contra a gestão do governo neoliberal de Vitório Medioli; e, fomos o único setor organizado a acompanhar as manifestações dos enfermeiros e enfermeiras que chegou a fechar uma das principais avenidas da cidade em prol do piso salarial. E uma das vitórias das quais nos orgulhamos, foi estarmos presentes na luta contra o fechamento da escola Josefina Bento em detrimento a abertura de um quartel da Polícia Militar.

Posto isso, resistimos de forma respeitável aos golpes desferidos contra nossa organização por setores dentro do PSOL-Betim, que à época alegavam que nem socialistas eram, e até zombavam da nossa fidelidade partidária (afinal, para nós que somos leninista-trotskistas, o partido é algo sério, o sujeito da revolução, e não um brinquedo para se autopromover). Pessoas ligadas ao Governo Vitório Mediolli estiveram presentes votando no congresso do partido, uma ação desprezível, a qual denunciamos largamente.

A flor da pele, as emoções gritam, quando lembramos os quanto indignados ficamos no congresso do partido, mas toda a raiva por vermos trabalhadores e trabalhadoras sendo enganados, foram transformadas em energia para seguirmos organizando nossa indignação.

Entre 2023 e 2024, continuamos firmes nas formações políticas, além dos cinemas comentados, em que encontrávamos/encontramos a diversa classe trabalhadora betinense: héteros, LGBTSQI+, ateus, religiosos, pretos, brancos, moradores da quebrada, moradores do centro, jovens, pessoas mais experientes, sujeitos tradicionais (não conservadores), sujeitos em outros formatos de família, entre tantos. Dito de outro modo, era, assim como é, uma reunião que de fato reuniu o povo trabalhador betinense com um único objetivo: lutar por uma sociedade verdadeiramente justa (leia-se socialista).

E não iremos parar por aqui, nossa luta continua diariamente. Avante, camaradas!


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Pedro Micussi