Construir a linha combativa para derrotar a extrema direita
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Construir a linha combativa para derrotar a extrema direita

As eleições são um momento importante para enfrentar a extrema direita e difundir as ideias socialistas

Israel Dutra e Roberto Robaina 26 set 2024, 10:08

Foto: PSOL Carioca/Reprodução

É evidente e notório a força do fenômeno da extrema direita, resiliente e organizada, no Brasil e no mundo. As eleições que se aproximam, ainda que por serem de caráter municipal envolvam temas específicos, serão mais um capítulo do teste de forças com os bolsonaristas. Sejam eles mais diretos, como Marçal, Wagner e Ramagem, sejam aliados “íntimos” como Nunes e Melo.

Dentro da tarefa central e unitária de derrotar a extrema direita em todos os terrenos, reforçamos nossa linha combativa dentro da ampla gama do que podemos considerar como esquerda brasileira.

Votar na esquerda diante da crise crônica das cidades brasileiras

O problema da grave crise social nas cidades não será resolvido sem uma mudança estrutural, combatendo a austeridade neoliberalismo, a política da extrema direita e defendendo um novo pacto pelo clima.

Para além do marketing eleitoral, o que se vê nas camadas mais profundas do povo é o desalento, a piora das condições de vida e a precarização do trabalho. Fruto disso é um regresso retrocesso subjetivo, demonstrados pelos crescentes problemas de saúde mental como a recente (e gravíssima) pandemia de vício em jogos pela internet.

Estamos em disputas importantes, apenas para citar o exemplo de cidades maiores, votando em chapas unitárias com o PT e o PSOL frente à extrema direita em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Natal; ou em capitais onde o PT apoia o Centrão, com chapas do PSOL como no Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Curitiba. O MES/PSOL encabeça a chapa em duas importantes cidades, Vitória e São Gonçalo, com os deputados Camila Valadão e Josemar Carvalho, respectivamente.

Construir a linha combativa nas ruas e nas eleições

Da nossa parte, construímos forças e alianças a serviço de duas tarefas: criar um muro contra a extrema direita, mas também apontar para o futuro para um programa capaz de colocar a sociedade em movimento, e assim, mudar a relação de forças também na política.

A catástrofe em Porto Alegre mostrou como o “negócio” da dívida pública pode ser estancado e revertido para áreas sociais. A luta por mudanças climáticas passa inevitavelmente por enfrentar o agronegócio, raiz e fortaleza dos setores mais militantes do bolsonarismo.

Nos posicionamos contra o ajuste fiscal que o governo quer impor, a serviço do seu compromisso com os banqueiros e sua aposta na conciliação de classes. Isso é construir a linha combativa na prática, quando os parlamentares da esquerda do PSOL (Sâmia, Glauber, Fernanda) não votaram para diminuir o BPC e o seguro-defeso; ou no protesto impulsionado pelo DCE da USP, Juntos e UJC contra o arcabouço fical durante a presença de Haddad em debate naquela universidade.

Esmagar a extrema direita em 6 de outubro e depois

Nos poucos mais de dez dias que faltam, nosso esforço está em ser parte do movimento unitário, mas também eleger tribunos do povo comprometidos com a pauta dos trabalhadores para fazer avançar a auto-organização, e não apenas se adaptar aos marcos da democracia liberal que a maioria da centro-esquerda cultiva e defende.

Um bom exemplo é nossa localização nas duas disputas mais importantes do país, São Paulo e Porto Alegre. Estamos construindo, de forma militante, a partir da campanha de Luana Alves para reeleição, um polo anticapitalista presente na campanha de Boulos, com um programa nítido para mobilização.

Estamos reunindo a vanguarda da juventude, ambulantes, amplos setores do movimento negro e antirracista, rodoviários, lideranças populares, movimentos de mulheres, LGBTQI, a intelectualidade crítica e a maior parte da esquerda radical (de dentro e de fora do PSOL), apoiada por figuras como Samia Bomfim, Monica Seixas, Vladimir Safatle, Jones Manoel, entre outras.

Em Porto Alegre, com Roberto Robaina, impulsionamos uma campanha militante, com eixo na denúncia contra o prefeito Melo, a defesa de uma reconstrução da cidade voltada para os de baixo. Junto a Tamyres – nossa vice, ligada à esquerda do PSOL e a corrente Fortalecer o PSOL – colaboramos para que a campanha de Maria do Rosário reúna o ativismo para impor uma derrota à direita local. A chapa de vereadores conta com diversos camaradas do MES, como os atuais mandatários Alex e Pedro Ruas.

Assim como São Paulo e Porto Alegre, estamos jogados com candidaturas nas principais capitais do país, em mais de 150 cidades, sejam “orgânicas” do MES/PSOL, sejam apoios a aliados próximos com programa de esquerda militante. Em grandes polos, como por exemplo Belém, Rio de Janeiro, Campinas e ABC, lutamos para estar entre as candidaturas mais votadas da cidade e/ou da federação PSOL-Rede, com Vivi, Heloisa Helena, Mariana Conti e Bruna Biondi.

Nossa leitura é que estamos concorrendo com chances em outras capitais importantes, além de eleger novas lideranças em cidades-polo, nos interiores e regioes metropolitanas. Contudo, nosso elenco de candidatas e candidatos vai marcar nosso programa e construção nas cinco regiões do país, totalizando candidaturas do MES em 16 capitais do país.

Nossa prioridade é reeleger nossos vereadores (além dos citados, Jurandir Silva, Juliana Ativoz, Leandro Sartori, Débora Firmo, Roberta Stoppa, apoiando nosso aliado Gabriel Biologia em Fortaleza) e disputar onde temos condições de colocar novos tribunos no parlamento ou retomar como o caso de Raul Marcelo, ex-deputado que se apresenta por Sorocaba

Os próximos dias serão decisivos para a construção de uma esquerda combativa, militante e anticapitalista com representação parlamentar, com vistas à disputa do movimento de massas e do debate de estratégias com o ativismo.


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Pedro Micussi