O preço do ‘progresso’: floresta de Mata Atlântica sob ameaça em Porto Alegre
Floresta Jardim Sabará

O preço do ‘progresso’: floresta de Mata Atlântica sob ameaça em Porto Alegre

Especulação imobiliária coloca em risco 40 hectares de área verde, o que pode intensificar problemas climáticos e colocar espécies de animais silvestres sob a ameaça

Tatiana Py Dutra 6 dez 2024, 09:01

Foto: Cristiano Pontes/Instagram

A especulação imobiliária em Porto Alegre está causando impactos devastadores na cidade, e agora uma floresta de Mata Atlântica no bairro Jardim Sabará, na zona norte, está sob grave ameaça. As relações controversas entre a prefeitura da capital e grandes incorporadoras têm viabilizado projetos que colocam em risco o meio ambiente e a qualidade de vida da população.

A área florestal, que ocupa 40 hectares, está sendo desmatada para a construção de um hipermercado do Grupo Zaffari. O empreendimento inclui ainda a futura construção de um shopping center e de quatro torres comerciais, o que implica em obras de ampliação das ruas e avenidas no entorno, intensificando os impactos ambientais e urbanos.

A destruição dessa floresta é um golpe para a resiliência climática da região. Áreas verdes como essa desempenham um papel crucial na regulação térmica e na prevenção de enchentes e tempestades, eventos climáticos extremos que já são frequentes em Porto Alegre. Sem essa proteção natural, a cidade pode enfrentar temperaturas ainda mais altas e uma intensificação de desastres ambientais.

Além disso, a biodiversidade local também está ameaçada. Espécies de animais silvestres como o graxaim-do-mato, o bem-te-vi-rajado, o falcão-relógio e o lagarto-teiú, um dos maiores répteis do Brasil, podem perder seus habitats, colocando em risco sua sobrevivência.

Enquanto o Grupo Zaffari se beneficia da expansão comercial, é a população que arca com as consequências. A degradação ambiental provocada por esse tipo de empreendimento reflete uma política urbana que prioriza interesses econômicos em detrimento do bem-estar coletivo e da sustentabilidade.

“Tudo isso é para facilitar ainda mais os lucros de grupos como o Zaffari, ao invés de se preservar uma das poucas áreas de floresta da nossa cidade. Se Porto Alegre seguir sendo devastada da forma que está, vai avançar a crise climática, com grandes tempestades, enchentes e altas temperaturas – fenômenos que nós já estamos vendo e que vão se intensificar ainda mais. É preciso salvar a floresta do Sabará” , diz a deputada estadual Luciana Genro (PSOL). 

Urge um debate público transparente e a mobilização da sociedade para preservar essa área de Mata Atlântica, garantindo não apenas a qualidade ambiental, mas também o futuro das próximas gerações em Porto Alegre. Luciana, junto com ambientalistas, é uma das vozes a conclamar a população a se mobilizar contra a destruição da Floresta do Jardim Sabará:

“É preciso mobilização da comunidade, assim como a comunidade do bairro Menino Deus também está se mobilizando para evitar a construção de um espigão na avenida Praia de Belas [próximo ao Rio Guaíba]. Salve a Floresta Sabará!”. 


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