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Após um hiato de quatro anos, Donald Trump está voltando hoje à Casa Branca, com pressa para implementar uma série de medidas caras à extrema direita – ou seja, que ameaçam os direitos humanos das minorias, o meio ambiente e a própria democracia estadunidense.

No domingo (19), no último comício antes da posse, o presidente eleito prometeu assinar pelo menos 100 decretos em seu primeiro dia de governo.  A Fox News, porém, estima que o número de ordens executivas podem chegar a 200. 

“Não vamos esperar. Vou assinar tudo de uma vez só”, afirmou.

Entre as medidas esperadas para hoje estão a revogação de políticas de diversidade, equidade e inclusão implementadas pelo governo Biden nos órgãos públicos e nas Forças Armadas. Como se não bastasse, um dos decretos deve versar sobre a definição biológica de sexo – que pode excluir indivíduos transgêneros de políticas de inclusão em geral – além de atacar os direitos reprodutivos das mulheres. 

Cumprindo promessa de campanha, Trump deve restabelecer a era do petróleo,enfraquecendo legislações ambientais. Ele também planeja retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, comprometendo os esforços globais contra as mudanças climáticas. Em um movimento estratégico, a equipe de Trump avalia declarar uma emergência nacional, o que permitiria ao presidente agir sem a necessidade de negociar com o Congresso ou enfrentar a interferência do judiciário, ampliando seus poderes de forma significativa. Essas medidas, caso implementadas, representam um retrocesso em várias conquistas sociais e ambientais alcançadas nas últimas décadas.

Imigração

Mas o grande movimento esperado para o primeiro dia de governo é um ataque aos imigrantes. Durante a corrida eleitoral, Donald Trump prometeu criar um programa de deportação em massa, que “começará muito, muito rapidamente”. O fechamento da fronteira dos Estados Unidos com o México, espera-se, será concluído até o final do dia. O decreto deve incluir ordens para a conclusão do muro entre os dois países e a criação de um centro de detenção de imigrantes, para alojar ilegais até sua expulsão. Sua equipe ainda desenhou uma declaração de emergência nacional por conta da imigração.

A equipe de Trump também está preparando uma ordem executiva para abolir a cidadania por nascimento, excluindo filhos de imigrantes sem documentos e visitantes temporários nos EUA do direito à cidadania garantido pela 14ª Emenda. 

Bondades

Já o setor de tecnologia deve ser presenteado por um pacote de bondades, uma vez que o novo presidente conseguiu conquistar os magnatas Marc Zuckerberg (Meta), Elon Musk (X) e Jeff Bezos (Amazon) para sua trincheira. A política do governo Trump deve isentar as redes sociais de regulamentação, bem como o desenvolvimento de Inteligência Artificial fiquem protegidos de qualquer regulamentação. 

São esperadas ainda medidas que apoiem o fim da verificação de fatos – fundamental no combate à disseminação de fake news e na violência na internet. Ele argumenta que o plano vai “destruir o regime de censura da esquerda” e defender o direito à liberdade de expressão para todos os americanos.

Também devem ser beneficiados “nos primeiros 9 minutos de governo”, parte dos condenados pelo ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Durante a campanha, o presidente eleito qualificou os 1,6 mil envolvidos como “patriotas” e “reféns”, e chamou de “dia do amor” a data dos ataques. Ao todo, cinco pessoas morreram na invasão à Casa Legislativa em 2021.

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