CCJ avança na perseguição a Glauber Braga: indignação e resistência nas ruas
Deputado do PSOL denuncia manobra política para calar vozes combativas no Congresso; movimentos sociais se organizam contra tentativa de cassação arbitrária.
Foto: TV Câmara
Em mais um grave ataque à liberdade de expressão e à oposição combativa no Congresso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitou, na terça-feira (29), por 44 votos a 22, o recurso apresentado por Glauber Braga (PSOL-RJ) contra o processo que pede sua cassação. A decisão escandalosa abre caminho para que o plenário vote – sob pressão das forças do Centrão – a retirada do mandato de um dos poucos parlamentares que enfrentam o sistema.
O motivo alegado? Glauber teria empurrado e chutado um militante do MBL – grupo de extrema direita conhecido por provocar e intimidar parlamentares progressistas – após este ofender sua mãe, então internada com Alzheimer, semanas antes de falecer.
A CCJ, no entanto, se recusou a analisar com seriedade o contexto e a motivação do episódio. O relator Alex Manente (Cidadania-SP) preferiu seguir a cartilha da blindagem institucional, afirmando que a comissão não pode rever o mérito da decisão do Conselho de Ética. Mas o que está em jogo não é apenas um recurso técnico – é a criminalização da luta e o silenciamento de uma voz que vem denunciando as entranhas do poder, como o esquema bilionário do “orçamento secreto”.
Glauber responsabiliza o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pela articulação da sua cassação, numa operação de retaliação política.
Glauber já iniciou uma ofensiva política para barrar esse atentado à democracia: vai percorrer os 26 estados brasileiros nos próximos 60 dias, denunciando o golpe parlamentar e dialogando com a população. Foi esse compromisso que encerrou sua corajosa greve de fome, que durou nove dias — um protesto radical contra a tentativa de cassação.
A votação final, em plenário, deve ocorrer até o fim de junho. Caso a maioria absoluta dos deputados (257 votos) confirme a decisão, Glauber será cassado e ficará inelegível por oito anos.
Movimentos populares, sindicatos, coletivos estudantis e organizações de esquerda já começaram a organizar atos em defesa de Glauber e contra a criminalização da oposição.. Acompanhe as redes do MES-PSOL, do mandato de Glauber e dos movimentos sociais para saber datas e locais dos atos.