Greve na Celesc: uma vitória da classe trabalhadora
A greve da Celesc entra para a história como um exemplo de resistência e solidariedade entre trabalhadores
A recente greve das pessoas trabalhadoras da Celesc, encerrada após dez dias de paralisação, no dia 02 de outubro, representa uma conquista significativa para a classe trabalhadora catarinense. A última greve de dez dias foi em 2016 quando, em uma mediação, alguns direitos foram retirados dos trabalhadores que seriam contratados desde então.
Em um cenário de endurecimento nas negociações e sob a gestão do governo Jorginho Mello, os eletricitários demonstraram força, união e solidariedade. A Celesc, juntamente com a Cemig, são as duas únicas distribuidoras de energia elétrica ainda sob controle público, ainda que economia mista. O governo de extrema direita de SC, com o aumento da distribuição de dividendos e da terceirização, deixa explícita a preparação para a privatização, em um provável segundo mandato.
A mobilização, articulada pelos sindicatos da Intercel (Intersindical que reúne 5 sindicatos majoritários de SC), teve como principal bandeira a isonomia nos direitos.
Mesmo diante de um contexto adverso, as pessoas trabalhadoras que já possuíam certos benefícios se colocaram ao lado daquelas que ainda lutavam por eles, evidenciando o espírito coletivo que permeou todo o movimento.
O acordo firmado por meio da mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) garantiu avanços importantes. Entre os principais pontos conquistados estão o reajuste salarial pelo INPC, a recomposição integral das cláusulas financeiras e, sobretudo, a ampliação da gratificação adicional de férias para os empregados admitidos a partir de outubro de 2016. Além disso, houve aumento no vale extra de janeiro e atualização dos demais auxílios, assegurando a reposição da inflação. É fundamental destacar que nenhum direito foi retirado, o que reforça o caráter vitorioso da greve: não apenas se evitou retrocessos, como se avançou em pautas históricas de isonomia.
A greve da Celesc entra para a história como um exemplo de resistência e solidariedade entre trabalhadores. Em tempos de políticas austeras e tentativas de desmobilização sindical, a classe trabalhadora mostrou que, com organização e firmeza, é possível conquistar melhorias mesmo diante de governos pouco receptivos ao diálogo.
A luta pela isonomia não terminou, mas o avanço obtido nesta negociação é um marco que fortalece futuras reivindicações.
A Celesc reafirmou compromissos com a garantia de emprego e a manutenção de benefícios, mas foi a mobilização que garantiu que esses compromissos fossem efetivados. A vitória é da coletividade, da persistência e da convicção de que direitos iguais são uma luta de toda a classe trabalhadora!