Municipários de Porto Alegre mantêm greve e denunciam prioridades distorcidas do governo Melo

Categoria rejeita exige reposição integral da inflação, enquanto governo gasta milhões com evento para empresários

Tatiana Py Dutra 12 abr 2015, 08:00

Foto: Simpa/Divulgação


Em uma demonstração firme de resistência, os municipários de Porto Alegre decidiram, em assembleia geral realizada na tarde de terça-feira (8), manter a greve e permanecer em assembleia permanente. A paralisação, que começou no dia 1º de abril, cobra do governo municipal o respeito aos direitos da categoria e a valorização do serviço público.

Na primeira reunião com representantes da prefeitura desde o início da greve, realizada na manhã do mesmo dia, o governo apresentou uma “possível proposta”, ainda pendente de aprovação final pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), que sequer esteve presente na mesa de negociação. Conforme os enviados da administração, a formalização da proposta só será feita no sábado (12), caso o prefeito decida avançar.

A proposta, considerada amplamente insuficiente pela categoria, prevê um reajuste parcelado de apenas 4,83% nos salários e no vale-alimentação, que pode se estender até 2026. O governo não apresentou nenhuma resposta para os outros pontos da pauta, que incluem reivindicações essenciais, como a reposição integral das perdas inflacionárias (acumuladas em 33,40%) e o cumprimento de compromissos assumidos ainda em 2023, como o pagamento das progressões de carreira e a garantia de que os salários básicos não fiquem abaixo do salário mínimo nacional.

Durante a assembleia, a disposição para seguir na luta foi unânime. Para as trabalhadoras e trabalhadores do município, o que está em jogo vai muito além de um percentual pífio de reajuste: trata-se da dignidade da categoria e da defesa do serviço público para a população de Porto Alegre.

Dinheiro existe

Em meio ao embate, o vereador Roberto Robaina (PSOL), defensor histórico das lutas populares na capital gaúcha, denunciou a falácia do discurso do prefeito Melo, que alega falta de recursos para atender às demandas legítimas da categoria. Robaina apontou que a prefeitura gastou recentemente R$ 3,2 milhões em publicidade para o South Summit – evento de inovação destinado a empresários e investidores.

“O vale-refeição de um municipário é de R$ 28. Com esse recurso que ele entregou para esse evento, se pagariam 115 mil vales-refeição para a categoria. Portanto, tem, sim, dinheiro. A questão é: qual é a prioridade do governo? O South Summit é um evento importante? Sim. Mas um governo que sempre diz que os empresários são fundamentais para a sociedade deveria pedir para os empresários garantirem o patrocínio deste evento. Afinal de contas, são os que mais ganham. São os que sempre estão sendo atendidos pelos governantes de plantão. É hora de atender os de baixo, atender o povo e também atender o serviço público. Basta de arrocho. Nós temos que apoiar a greve dos municipários e exigir que o governo dê explicação de todos os seus gastos”, defendeu Robaina.


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