Novas queimadas na Amazônia: um chamado para a Greve do Clima!
Presidente do PSOL Santarém (PA) denuncia as queimadas em Alter do Chão.
As recentes queimadas na Área de Proteção Ambiental (APA) de Alter do Chão colocam a cidade de Santarém/PA em uma situação caótica. O fogo começou no dia 14/09 e já consumiu boa parte da floresta de Savana entre as localidades de Praia de Ponta de Pedras e Alter do Chão, em um cenário de terror onde chovem cinzas por toda região. Estamos em período de seca e alguns incêndios naturais podem acontecer, porém a grande proporção deste incêndio está sendo investigado por ter características de ação criminosa na área de proteção.
Alter do Chão é uma região de praias fluviais conhecida como “o Caribe amazônico”, sendo um espaço de constantes conflitos agrários cobiçado pelo capital imobiliário que lucra com suas belezas naturais, e os primeiros focos de fogo foram localizados na região de Lago Verde, onde já existe um loteamento ilegal para especulação imobiliária há 3 anos. O governo do estado do Pará tenta maquiar a situação caótica propagando em suas redes sociais que fogo está sob controle porém isso é uma grande falácia, os Brigadistas voluntários e o corpo de bombeiros continuam combatendo o fogo até o momento.
É preciso que os criminosos responsáveis por esse grande crime ambiental sejam responsabilizados. Este crime está diretamente ligado aos ataques do governo Bolsonaro contra o meio ambiente, diminuindo os recursos do Fundo Amazônia, flexibilizando leis ambientais e incentivando as invasões de terras indígenas, quilombolas e das populações tradicionais da Amazônia. A APA de Alter do Chão é Terra Indígena do Povo Borari e os indígenas sofrem constantes pressões e ameaças por estarem na terra que lhes pertence, localizada em uma das regiões com maior violência e assassinatos políticos do Brasil.
É preciso parar essa política predatória que visa somente a exploração das riquezas da Amazônia pois a exploração irracional dos recursos da floresta promovida pelas grandes empresas brasileiras e multinacionais é a principal causa do desmatamento e da destruição dos ecossistemas. Seguiremos lutando por nossas florestas, por nossas vidas, por nossa cultura, por nossa territorialidade e por nosso modo de viver e conviver em harmonia com meio ambiente. Temos certeza da luta como único caminho para uma vida melhor e utilizamos esta grave situação para reforçar a importância da Greve Climática mundial que ocorrerá no próximo dia 20 de setembro.
A questão climática é um problema de todos os povos do mundo, não somente de seus governo, e nos somamos desde o coração da Amazônia neste chamado mundial pela vida e pelo futuro, contra a ganância dos grandes monopólios e sua busca incessante por lucro. A floresta em pé garante a vida dos povos da floresta e de todo mundo! Por isso seguimos em defesa da Amazônia e de suas povos, e conclamamos todos e todas a tomar as ruas na próxima Greve Mundial do Clima.
Lutamos para mudar o sistema e não o clima!