Tito Prado era também um construtor do partido
Compartilhamos esta entrevista com Jorge Escalante, membro da direção política de Súmate al Nuevo Perú, que nos conta, a partir de sua própria experiência, algumas das características de Tito.
Via Súmate
O dia 2 de junho marca um ano desde a morte de nosso camarada Tito Prado, ex-líder político da corrente Súmate, que morreu no contexto da pandemia covid-19 que afetou milhões de pessoas. Compartilhamos esta entrevista com Jorge Escalante, membro da liderança política de Súmate, que nos conta, a partir de sua própria experiência, algumas das características de Tito.
1) Sob quais circunstâncias você conheceu Tito Prado?
Em 1992, após a queda do Muro de Berlim, que provocou grandes debates à esquerda e também grandes rupturas.
Eu era um militante na Argentina, ganho pelo velho MAS, um dos maiores partidos de esquerda trotskista do mundo, que se separou como resultado desse evento, e quando o MAS se separou, a internacional que estava sendo construída chamado de LIT-CI também se separou.
E houve um chamado para reconstruir novamente tanto o novo partido quanto uma nova internacional e vários camaradas chegaram em Buenos Aires, entre eles Tito Prado, e foi assim que o conheci e a partir daquele momento ficamos em contato para sempre.
2) Você se lembra de alguma anedota em seu trabalho político que tenha compartilhado com Tito Prado?
Eu tenho várioas, mas o mais recente foi quando no último congresso da Frente Amplio em Oásis VES, o partido estava prestes a se separar, num momento tenso no meio do congresso, e Tito propôs um “quarto intervalo” para buscar um acordo e assim salvar uma ruptura que teria sido muito forte se tivesse acontecido naquele momento.
3) Como ele o ajudou a organizar sua base?
Tito tinha o método de formar um núcleo duro, com camaradas mais comprometidos, para que a partir deste espaço pudessem realizar tarefas políticas, eventos políticos, ações e assuntos organizacionais.
4) Que lições você poderia destacar da liderança de Tito Prado?
A lição mais importante é, como Tito sempre disse, a importância de ter uma análise política internacional, a fim de poder ter uma melhor caracterização e elaborar uma política na situação nacional.
E a outra é sua luta frontal contra o oportunismo, o sectarismo político e o centrismo, que no final acaba cedendo ao regime e se adaptando ao sistema, abortando a luta por mudanças estruturais.
5) Como devemos nos lembrar de Tito Prado?
Ele foi um arquiteto que não construiu apenas casas ou prédios, ele também foi um construtor de partidos, porque ficou claro para ele que sem um partido como sujeito subjetivo seria impossível construir uma liderança e conseguir que os trabalhadores governassem.
Ele também foi uma contribuição para o reagrupamento dos anti-imperialistas e socialistas no âmbito internacional.
Não agora, mas sempre, é por isso que ele esteve na Espanha e em outros países da América.