Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça: sem anistia!
É fundamental lutar pelo fim da anistia aos criminosos da ditadura e pela punição exemplar dos crimes de Bolsonaro e de sua gangue.
Nos dias 31 de março e 1º de abril, manifestações pela memória histórica e contra a ditadura militar ocorrerão em diversas cidades do país. Em meio à luta política contra o bolsonarismo que expressa o saudosismo da ditadura civil-militar, é fundamental recordar e dar uma batalha pelo sentido político do golpe de 1964, o qual abriu o caminho para a nefasta ditadura militar que, por 21 anos, calou, perseguiu, prendeu, torturou e assassinou milhares de brasileiras e brasileiros.
A falta de uma justiça de transição deixou impunes os protagonistas, civis e militares, da extrema-direita, cujos herdeiros hoje se reagrupam nas hostes do bolsonarismo. Por isso, é preciso somar forças ao combate aos criminosos da ditadura, sem tréguas nem negociação, ao mesmo tempo em que se deve lutar pela punição dos crimes cometidos por Bolsonaro nos últimos quatro anos.
Entulhos e recalques
Quando se completaram 50 anos do golpe militar, em 2014, Bolsonaro era “apenas” um deputado do baixo clero, o governo era comandado por Dilma Rousseff (PT) e todo um setor majoritário do “progressismo” fazia-nos acreditar que a polarização social e política tinha ficado para trás.
Apesar das atividades da Comissão da Verdade terem pela primeira vez reconhecido oficialmente os crimes da ditadura, seu próprio escopo de atividades foi limitado pela obstrução de qualquer punição aos torturadores e assassinos da ditadura, diferentemente do que se viu em outros países latino-americanos.
Como há muitos anos insiste Vladimir Safatle, a anistia aos criminosos da ditadura impediu que o país acertasse as contas com esses personagens, permitindo o fortalecimento da extrema-direita e o retorno à cena política de militares golpistas, como se viu durante o governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo, o Brasil segue convivendo com polícias militares que barbarizam favelas e comunidades pobres do país e tem assistido à formação de milícias, comandadas por membros do aparelho de segurança, cujas origens podem ser encontradas em antigos grupos de extermínio e de tortura mobilizados ou tolerados pela ditadura militar e pelos governos civis que lhe sucederam.
Ditadura nunca mais: sem anistia aos golpistas, genocidas, assassinos e torturadores de ontem e de hoje!
Nesta importante semana que marca a memória de nosso país, é muito importante manter de pé a luta pelo fim da anistia aos criminosos da ditadura e pela punição exemplar dos crimes de Bolsonaro e de sua gangue, como o genocídio da pandemia da Covid-19, a campanha de sabotagem da eleição de 2022, a tentativa de golpe de Estado de janeiro de 2023, e a entrega do patrimônio nacional cheia de indícios de tenebrosas transações, de que os “presentes” árabes parecem ser apenas um indício.
Em todo o Brasil, haverá manifestações que seguirão ecoando o grito “sem anistia” que se ouviu em 1º de janeiro e que rememorarão todas e todos que pagaram com a vida para defender a liberdade do povo brasileiro. Que possamos honrar sua memória não permitindo que o bolsonarismo fique impune. Esse é o caminho para evitar o retorno de Bolsonaro e da extrema-direita. Ditadura nunca mais!