O ódio volta à escola
Homem de 25 anos matou quatro crianças em ataque a creche em Blumenau
Foto: Reprodução
O Brasil está sendo sacudido, nesta quarta-feira (5) por mais uma tragédia ocorrida dentro de uma unidade escolar. Pelo quatro crianças morreram e cinco ficaram feridas em um ataque a uma creche de Blumenau, em Santa Catarina (SC). As vítimas tinham entre 4 e 7 anos.
Conforme informações da Polícia Militar (PM), um homem de 25 anos invadiu a escola infantil Cantinho do Bom Pastor e atacou crianças e professores com golpe de machadinha. O suspeito fugiu, mas acabou se entregando minutos depois. Até o fim da manhã, a motivação do crime não estava esclarecida. A Polícia Civil apura se há mais envolvidos no ataque, e se o autor tinha algum vínculo com a creche.
Segundo nota do governo do Estado, o crime ocorreu pouco antes das 9h, quando o Corpo de Bombeiros foi acionado para socorrer as vítimas.
“Polícia Militar, a Polícia Civil e a Polícia Científica também estão no local atuando dentro das suas competências. As secretarias de Educação e Saúde também estão mobilizadas para atender as demandas no local”, informa a nota.
A prefeitura de Blumenau cancelou as aulas no município e decretou luto oficial de 30 dias.
Violência nas escolas
De acordo com levantamento de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desde 2002, o Brasil registrou 23 ataques em escolas, sendo que só no ano passado foram cinco episódios. Este ano, o crime mais recente ocorreu há menos de dez dias, em escola da Vila Sônia, na capital paulista. Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas a golpes de faca desferidos por um adolescente de 13 anos.
As estatísticas indicam que o ambiente escolar tem sido palco para ações de ódio presentes na sociedade e catalisadas dentro de grupos da internet, cujos alvos são, em geral, mulheres, negros e integrantes de minorias sociais.
“Todos os casos de violência nas escolas indicam uma rede de ódio. Não parecem ser casos isolados. Claro, o sucateamento das escolas contribuiu. Mas visivelmente é uma rede de discurso de ódio. A investigação também deveria ser nacionalizada”, opina a vereadora Luana Alves (PSOL-SP).
Tal rede de ódio encontrou fomento na política de extrema direita levada a cabo pelo governo Jair Bolsonaro, que estimulou o desprezo por mulheres, pobres, indígenas, nordestinos, população LGBTQIA+ e imigrantes, em especial.
“Estamos sob ataque! E afundando num mar de ódio e violência… Precisa acabar!”, comentou a vereadora do PSOL Mariana Conti, presidenta da CPI Antifascista de Campinas (SP).