Após pressão de estudantes, avança processo de destituição de reitor da UFRGS
Conselho universitário criou comissão especial para avaliar saída de interventores indicados por Bolsonaro
Foto: Secom/UFRGS
O processo de destituição do reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Bulhões, e de sua vice, Patrícia Pranke, deu importante passo. Em reunião na semana passada, o Conselho Universitário da instituição elegeu uma comissão especial para tratar do caso. O grupo – formado por três professores, três estudantes e três técnicos administrativos – terá três meses para elaborar um parecer.
Bulhões e Pranke assumiram os cargos em 2020 e têm mandato até 2024. A dupla foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro, a despeito do resultado das eleições que deram vitória aos ex-reitores Rui Oppermann e Jane Tutikian. Bolsonaro ignorou a vontade da comunidade acadêmica e indicou os professores, que seriam politicamente alinhados com a extrema direita..
Em 2021, o Consun encaminhou ao Ministério da Educação (MEC) um pedido de destituição, que foi engavetado. Mas em março passado, novo pedido foi protocolado junto ao colegiado, com o endosso de 39 professores da UFRGS. Entre as justificativas para a remoção, há uma série de falhas administrativas e falta de transparência na gestão.
Apoio estudantil
O novo pedido pela saída da dupla estacionada a pressão dos estudantes que, em março fizeram um protesto históricos em dois campi da instituição. Estudantes invadiram a reitoria da UFRGS, em Porto Alegre, e o prédio da Colônia de Férias da instituição, em Tramandaí, no Litoral Norte. Após a entrada dos estudantes, a vice-Reitora, Patrícia Pranke, suspendeu a reunião e chamou a Brigada Militar. O encontro dos conselheiros, porém, foi assumido pela decana Liane Loder que negociou a saída dos discentes.
Agora, a comissão especial do Consun se reunirár para analisar o caso, e o parecer do grupo será votado pelo plenário. Caso se defina pela remoção dos reitores, o pleito será remetido ao Ministério da Educação.