Parlamentares LGBTQIA+ criam bancada nacional
Grupo formado por deputados e vereadores de todo o país visa combater violência política
Créditos: Gui Mohallem
A ascensão da extrema direita no Brasil tornou ainda mais penosa a realidade dos parlamentares LGBTQIA+. Eles são alvo constante de violência política, sofrendo ameaças de morte e perseguições públicas – tanto de outros parlamentares quanto de eleitores mais radicais. Ainda assim, não esmorecem e mantêm postura firme e corajosa diante dos ataques.
E mais uma resposta a essa violência começou a se consolidar no último dia 20, quando 20 parlamentares criaram a primeira Bancada LGBT+ Brasileira, integrada por vereadores, deputados estaduais e federais de todo o país. A carta que formaliza o bloco foi divulgada no VI Encontro de Lideranças Políticas LGBTI das Américas e do Caribe, ocorrido na Cidade do México. Ao todo, 12 políticos do PSOL assinaram o documento, entre eles, o deputado distrital Fábio Felix, do Distrito Federal, a Codeputada estadual Letícia Chagas (SP) e a ex-deputada federal Vivi Reis, do Pará (veja abaixo a relação completa dos fundadores da bancada).
A carta destaca a necessidade de estruturar mandatos e defender a população LGBTQIA+ em todas as casas legislativas do país, construindo uma agenda articulada e propositiva por reconhecimento de direitos.
“É necessário que o Estado brasileiro reconheça e desenvolva uma política pública de enfrentamento à violência política, também em seu caráter LGBTfóbico”, diz o documento.
Violência também vêm da esquerda
Conforme Evorah Cardoso, coordenadora de pesquisa e incidência da ONG VoteLGBT, a violência LGBTfóbica não tem como agentes apenas a extrema direita. Está presente também nos partidos de esquerda.
“Em levantamento de denúncias feito pelo VoteLGBT à Missão de Observação Eleitoral da OEA, foram identificados 62 casos relatados pelas próprias candidaturas LGBT+ em suas redes sociais. O padrão identificado foi de ataques LGBTfóbicos, racistas, misóginos e de intolerância política praticados por políticos de partidos de direita. Enquanto que as denúncias de subfinanciamento e invisibilidade recaíram sobre os partidos de esquerda”, afirmou Evorah Cardoso, à colunista Bela Megale, de O Globo.
O próximo Encontro de Lideranças Políticas LGBTI das Américas e do Caribe será realizado no Brasil, em 2025, com apoio da ONG VoteLGBT e da secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
Confira a seguir a relação dos fundadores da Bancada LGBT+ Brasileira.
PSOL
- Deputada federal Erika Hilton (SP)
- Deputada estadual Bella Gonçalves (MG)
- Deputada estadual Dani Monteiro (RJ)
- Deputada estadual Ediane Maria (SP)
- Deputado estadual Guilherme Cortez (SP)
- Deputada estadual Linda Brasil (SE)
- Deputado distrital Fábio Felix (DF)
- Codeputada estadual Letícia Chagas (SP)
- Vereadora Benny Briolly (Niterói-RJ)
- Vereadora Iza Lourença (Belo Horizonte-MG)
- Deputada federal suplente Robeyoncé Lima (PE)
- Ex-deputada federal Vivi Reis (PA)
PCdoB
- Deputada federal Daiana Santos (RS)
- Deputada estadual Dani Balbi (RJ)
PDT
- Deputada federal Duda Salabert (PDT-MG)
PT
- Deputada estadual Rosa Amorim (PE)
- Deputada estadual Thainara Faria (SP)
- Vereadora Beatriz Caminha (Belém-PA)
- Vereadora Carla Ayres (Florianópolis-SC)
- Vereador Daniel Cabral (Viçosa- MG)
- Vereadora Filipa Brunelli (Araraquara-SP)
- Vereadora Moara Saboia ( Contagem-MG)
- Thabatta Pimenta (Carnaúba dos Dantas-RN)