Em memória de Zé Celso
Leia o texto do professor Henrique Carneiro ao dramaturgo falecido tragicamente
Zé Celso foi, além de um gênio teatral, um pioneiro nas lutas democráticas e, especialmente, pela legalização das drogas.
Em 15 de maio de 1986, fizemos um debate na faculdade de Direito da USP pela descriminalização da maconha. Zé Celso foi um dos primeiros a aceitar participar, junto a mim, ao Breda, Paulo Erix, Carlos Alberto Toron, e o presidente do 11 de agosto, Paulo Gonçalves da Costa Junior.
Quando reconstruímos a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, o local que conseguimos foi o Teatro Oficina.
Sua militância democrática, antiproibicionista, pelos direitos LGBT e pela liberdade cultural fez dele não só um grande artista, mas um lutador incansável, uma das maiores expressões da cultura brasileira.
Seus filmes sobre a revolução portuguesa, O Parto, e 25, sobre a revolução de independência de Moçambique, foram um marco de minha adolescência e, depois, sua celebração dionisíaca do prazer e da alegria nos abriram os olhos e o coração para uma vida menos triste e careta.
Seu irmão foi assassinado pelo ódio homofóbico e ele agora nos deixa num acidente trágico. Uma vida de exuberância encerrada no acaso dramático de uma fatalidade!
Evoé para sempre!