Foto: Agência Câmara

O resultado do primeiro turno em Belém demonstrou uma tendência de fortalecimento dos setores conservadores. Infelizmente, não conseguimos levar ao segundo turno o companheiro Edmilson Rodrigues, resultado de uma série de fatores que podemos debater com profundidade em outro momento, na perspectiva de apreender lições dos erros de uma gestão, que se distanciou do acúmulo programático da esquerda e se afastou de aliados históricos e dos movimentos populares, privilegiando pactos e acordos com representantes das elites paraenses.

Na incapacidade de uma esquerda em apresentar e efetivar seu programa em favor do povo, a direita e a extrema direita saíram fortalecidas. E, assim, chegamos ao segundo turno de Belém com uma disputa entre um filho das oligarquias locais, Igor Normando, e um representante das ideias fascistas, Eder Mauro. Ambos querem transformar Belém em um negócio de família e contam e contarão com nossa oposição. Porém, é preciso destacar que não há um sinal de igualdade entre eles.

Seja com a experiência fascista vivenciada na história, ou com o governo recente da extrema direita no Brasil, a democracia foi duramente atacada, ajustes aplicados contra o povo, direitos retirados, e nossos corpos e nossas vidas viraram alvo de uma política estruturada no ódio, que se manifestou contra as mulheres, as LGBTs, a negritude, indígenas e o conjunto dos povos da Amazônia e da classe trabalhadora. É isso que Éder Mauro representa!

Não podemos dar qualquer espaço para o negacionismo e para o retorno de políticas genocidas, principalmente em um período de emergência climática, onde a luta por justiça socioambiental e defesa da Amazônia são centrais para o futuro da humanidade. Assim, o centro de nossa política neste segundo turno tem que ser derrotar Eder Mauro e mandar o fascismo, de uma vez todas, para a lata de lixo da história.

Porém, não podemos ter ilusões. Assim como o fascismo, as oligarquias também são inimigas da democracia e de nossos direitos. O voto em Igor Normando pode derrotar Eder Mauro, mas não vai resolver nossos problemas, uma vez que se trata de um projeto de poder da família Barbalho, que enriqueceu às custas da desinformação, da concentração de renda, da manutenção de privilégios às elites e da miséria de grande parte da população, em uma região rica com o povo pobre. Dessa forma, além do voto em Igor Normando, é também legítimo o voto nulo ou em branco.

O mais importante é derrotar Eder Mauro e seguir lutando, acreditando e confiando na força do povo e não em uma família, que só quer aumentar seus lucros e ampliar privilégios. O que vai mudar nossa vida e nos colocar no centro do poder é a organização do povo, a participação popular e as mobilizações da classe trabalhadora. É com o povo que batalha que seremos aliados na Câmara Municipal de Belém.

Finalizamos agradecendo os quase 7 mil votos que nos deram a vitória eleitoral, e anunciando que iremos derrotar o fascismo neste 2º turno em Belém, para exercermos o direito de seguir combatendo às oligarquias na Amazônia e defendendo os direitos de quem batalha!

---