Privatiza que piora: Sabesp enfrenta apagão virtual
Nas mãos da Equatorial desde setembro, antiga estatal tem atendimento ao público paralisado
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A expressão “privatiza que piora!” está com tudo para virar um novo dito popular. Não faltam no país exemplos de concessionárias de serviços públicos essenciais falhando na prestação de atendimento porque, em nome do lucro, encolheram as antigas estatais em número de funcionários, ações de manutenção e investimentos. E a Sabesp, que está oficialmente nas mãos da Equatorial desde 25 de setembro, acaba de entrar neste rol.
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) recebeu dezenas de denúncias de que a Sabesp está sem sistema desde quinta-feira (17). O “apagão” impede tanto que consumidores acessem serviços online, como os da Agência Virtual, quanto paralisa as atividades dos trabalhadores da empresa. Os setores Comercial, Poupatempo, Leitura, Atendimento ao Cliente estão parados pela falta de internet.
“A situação está um caos. Desde quinta, só o sistema de Controle de Reservatório (COO) funciona. Nos demais, os trabalhadores só conseguem acessar via internet pelo celular ou redes externas”, informa o Sintaema.
Como resultado, muitos consumidores recorreram a portais como o Reclame Aqui! para reivindicar seus direitos. Muitas das queixas são de pessoas da capital e do interior que tiveram a água cortada e estão há quase uma semana sem água porque não conseguem pedir religação.
A vereadora Luana Alves (PSOL) está acionando o Ministério Público para denunciar a negligência da Equatorial diante do problema.
“Não vamos dar paz. Essas empresas privadas que só querem lucro, lucro e lucro, prestando um serviço péssimo para a população. Lembrando que a privatização da Sabesp é mais uma que você pode por na conta do Ricardo Nunes, o pior prefeito da história de São Paulo”, disse.