PSOL lançará candidatura própria à presidência da Câmara
Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) concorrerá contra aliado de Lira por rejeitar indefinição sobre anistia aos golpistas de 8 de janeiro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em uma coletiva marcada para a tarde desta terça-feira, o PSOL anunciará a candidatura do deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados. A decisão do partido, que rejeitou apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB), ocorre em meio à indefinição do paraibano sobre o projeto que propõe anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.
A eleição para a presidência da Câmara está prevista para fevereiro. Hugo Motta, favorito na disputa, conta com o apoio de uma ampla coalizão liderada por Arthur Lira (PP-AL), que abrange desde partidos governistas, como o PT, até siglas da oposição, como o PL. O bloco reúne cerca de 480 dos 513 deputados. No entanto, a postura ambígua de Motta em relação à pauta da anistia gerou desconforto em setores progressistas, motivando o PSOL a apresentar candidatura própria.
“Hugo Motta é a continuidade do modo Lira de presidir. Não se compromete com pautas fundamentais, como a não anistia aos golpistas ou o não retrocesso nas pautas ambientais e de direitos humanos”, afirmou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Henrique Vieira, por sua vez, foi enfático em suas críticas. Ele classificou Motta como um “discípulo de Eduardo Cunha”, em alusão ao ex-presidente da Câmara, figura central no impeachment de Dilma Rousseff.
“Seria frustrante ter uma candidatura única do candidato do Arthur Lira e discípulo do Eduardo Cunha”, declarou. Vieira reforçou que sua candidatura representa “a defesa da democracia e o arquivamento de qualquer projeto que fale em anistia para golpistas”.