Bernie Sanders: ‘Oligarquia é um fenômeno global, e seu quartel-general está aqui mesmo, nos Estados Unidos’
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Bernie Sanders: ‘Oligarquia é um fenômeno global, e seu quartel-general está aqui mesmo, nos Estados Unidos’

Enquanto a Meta anuncia sua nova estratégia, Bernie Sanders levanta uma questão fundamental: como as fortunas bilionárias das big techs estão sendo acumuladas às custas da desigualdade global?

Júlio Câmara 14 jan 2025, 10:23

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Bernie Sanders questiona o uso seletivo do termo “oligarquia” apontando que enquanto a mídia e políticos norte-americanos frequentemente usam o termo para descrever a Rússia e Vladimir Putin, eles raramente aplicam a mesma lógica ao que ocorre nos Estados Unidos.

“A oligarquia é um fenômeno global, e seu quartel-general está aqui mesmo nos Estados Unidos”, afirma Sanders.

Conhecido por suas críticas ao sistema econômico dos Estados Unidos, Bernie Sanders é senador pelo estado de Vermont e uma voz anticapitalista do país. Ele ganhou notoriedade ao disputar as primárias presidenciais do Partido Democrata em 2016 e 2020, defendendo pautas como a ampliação do acesso à saúde, educação gratuita e a taxação de super-ricos. 

No vídeo publicado em suas redes sociais, Bernie Sanders destaca como a concentração de riqueza nas mãos do 1% mais rico tem acelerado uma crescente desigualdade, afetando brutalmente a classe trabalhadora. Ele aponta que, enquanto bilionários como Mark Zuckerberg, fundador da Meta, acumulam fortunas colossais — Zuckerberg ficou 90 bilhões de dólares mais rico apenas no último ano —, bilhões de pessoas em todo o mundo enfrentam condições de trabalho cada vez mais precárias e baixos salários.

Sanders descreve a oligarquia como um fenômeno global, com epicentro nos Estados Unidos. Ele destaca que um pequeno grupo de bilionários não apenas controla grande parte da economia mundial, mas também exerce uma influência desproporcional sobre governos e eleições. Segundo ele, desde 2020, enquanto 5 bilhões de pessoas ao redor do mundo ficaram mais pobres, os cinco homens mais ricos do planeta mais que dobraram suas fortunas, acumulando riqueza à taxa de US$ 14 milhões por hora.

Sanders exemplificou: Elon Musk, o homem mais rico do mundo, adicionou US$ 120 bilhões à sua fortuna desde o dia da eleição presidencial de 2024. Jeff Bezos, fundador da Amazon, aumentou sua riqueza em US$ 67 bilhões apenas no último mês. Esses números, não são apenas estatísticas; eles representam um sistema profundamente injusto que beneficia os mais ricos às custas da maioria, concluiu.

“Elon Musk sozinho gastou pelo menos 277 milhões de dólares para apoiar Donald Trump”

Sanders destacou que, na última década, o 1% mais rico da população global acumulou US$ 42 trilhões em nova riqueza, enquanto a metade mais pobre da sociedade viu pouca ou nenhuma melhoria em suas condições econômicas. Ele também denunciou que os bilionários estão escondendo até US$ 32 trilhões em paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman, evitando pagar impostos que poderiam financiar serviços públicos essenciais.

Essa concentração de riqueza se traduz em poder político direto. Embora os bilionários representem apenas 0 a de Donald Trump. Esse tipo de financiamento, segundo Sanders, configura as eleições para proteger os interesses dos mais ricos, às custas do bem-estar coletivo.

Sanders também comenta sobre o impacto da oligarquia em questões globais como mudanças climáticas, saúde pública e pobreza. Ele argumentou que a concentração de riqueza impede soluções efetivas para esses problemas, uma vez que os recursos que poderiam financiar mudanças estruturais são desviados para o enriquecimento de poucos. Além disso, ele denunciou o papel de bilionários em financiar guerras e regimes autoritários, citando como exemplo o apoio de super PACs bilionários ao governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu em Israel.

“Isso não é democracia”

Para Sanders, a concentração de riqueza nas mãos do 1% mais rico não é apenas um problema econômico. Ele afirma: “Isso não é democracia. Isso não é uma pessoa, um voto. É uma oligarquia, onde um pequeno grupo decide o destino de bilhões de pessoas.”

Ele argumenta que isso define todas as questões centrais da sociedade contemporânea, como mudanças climáticas, saúde pública, padrões de vida e o combate à pobreza. Ele critica como os bilionários utilizam paraísos fiscais para esconder fortunas — até 32 trilhões de dólares —, privando governos de recursos para financiar políticas públicas.

O alerta de Sanders é mais do que um diagnóstico: é um chamado à ação. Ele diz que “o que estamos vendo hoje não é apenas injusto; é insustentável” e essa insustentabilidade exige uma ruptura com o modelo econômico vigente e suas variações ultraconservadoras. 


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