Foto: Arquivo/CMC

A vereadora Professora Ângela (PSOL) entregou nesta semana suas alegações finais à Comissão Processante (CP) da Câmara de Curitiba, etapa decisiva do Processo Ético-Disciplinar que pode resultar na cassação de seu mandato. Para a parlamentar, o processo não passa de perseguição política, movida por vereadores de extrema direita que tentam criminalizar uma cartilha educativa de redução de danos, distribuída em audiência pública realizada em agosto.

Ângela sustenta que o material tem caráter informativo e segue diretrizes reconhecidas pelo Ministério da Saúde, rejeitando de forma categórica a acusação de “apologia ao uso de drogas”. 

“Nas oitivas, nenhuma testemunha confirmou qualquer apologia”, destaca a defesa, que também aponta falhas processuais e pede o arquivamento do caso por “ausência de ilícito e esgotamento do objeto”.

Enquanto a CP – composta integralmente por parlamentares de extrema direita – analisa o caso, cresce a mobilização em defesa da vereadora. Um ato recente reuniu milhares de pessoas e lideranças da esquerda nacional, como Samia Bomfim, Glauber Braga e Fernanda Melchionna, evidenciando o peso político do embate.

Analistas e movimentos sociais consideram o processo parte de uma estratégia maior: silenciar mandatos de esquerda no país. A contradição é evidente: enquanto aliados bolsonaristas escapam de investigações mesmo diante de indícios, Ângela volta a ser alvo, como ocorreu quando foi acusada de “antissemitismo” por denunciar o genocídio palestino.

A vereadora segue firme. Para ela, o ataque ao seu mandato é também um ataque ao direito de lutar por políticas públicas, pela participação popular e pelo enfrentamento à extrema direita – exatamente o que seu trabalho representa em Curitiba.

---