Extrema direita tenta silenciar Mariana Conti por solidariedade à Palestina
Enquanto a vereadora do PSOL enfrenta perseguição política por sua atuação humanitária na Global Sumud Flotilla
Foto: Reprodução
A vereadora Mariana Conti, do PSOL de Campinas, tornou-se alvo de uma nova ofensiva da extrema direita na Câmara Municipal de Campinas. Após participar da Global Sumud Flotilla, missão humanitária internacional que tentou levar medicamentos e alimentos à população sitiada de Gaza, Mariana agora pode enfrentar uma Comissão Processante (CP) proposta por setores conservadores, sob a acusação de “quebra de decoro parlamentar”.
A denúncia, apresentada pelo vereador Nelson Hossri (PSD), tenta transformar em infração política o que foi, na verdade, um gesto de coragem e solidariedade internacional. Mariana estava legalmente licenciada, sem remuneração, conforme previsto na Constituição Federal, e participava de uma ação pacífica e não violenta, reconhecida por diversas organizações internacionais como legítima.
Durante o período em que esteve presa ilegalmente em Israel, após o sequestro da flotilha em águas internacionais, vereadores de extrema direita aproveitaram para espalhar fake news e pedir a cassação de seu mandato – mesmo após o Governo Federal do Brasil reconhecer oficialmente que a prisão dos ativistas foi ilegal e contrária ao direito internacional.
“Essa perseguição covarde é uma tentativa de silenciar uma voz que está ao lado da Palestina e contra o massacre em Gaza”, afirmam apoiadores da vereadora em nota pública.
Mariana, uma das mulheres mais votadas da história de Campinas – com 14.356 votos em 2024 -, tem trajetória marcada pela defesa dos direitos humanos, dos trabalhadores, das mulheres e do meio ambiente, além de seu firme enfrentamento ao avanço do fascismo e da intolerância.
Enquanto a extrema direita investe em ataques e desinformação, setores reagiram com solidariedade. O diretório do Cidadania em Campinas aprovou uma moção de apoio à parlamentar, reconhecendo sua participação na flotilha como “expressão legítima de solidariedade, empatia e compromisso com os direitos humanos universais”. A presidente municipal do partido, Ana Stela Alves de Lima, destacou:
“Esse reconhecimento à vereadora Mariana Conti é pela coragem e pela sensibilidade de todos os ativistas que lutam pelo fim do genocídio em Gaza. Em tempos de tanta intolerância e violência, gestos como esse nos lembram que a política deve servir à vida, à solidariedade e à paz.”
Procuradoria freia ímpeto da direita
Já a Procuradoria Jurídica da Câmara de Campinas, em parecer técnico, confirmou que não há qualquer irregularidade na licença de Mariana. O órgão recomendou o adiamento da tramitação do pedido de CP até o término da licença, reconhecendo o direito da vereadora ao afastamento temporário – a primeira licença vigorou entre 26 de agosto e 25 de setembro. A segunda, ainda em andamento, começou em 26 de setembro e segue até 25 de outubro.
A tentativa de criminalizar a solidariedade e o internacionalismo de Mariana Conti evidencia, mais uma vez, o uso político das instituições por setores da extrema direita para atacar mandatos populares e deslegitimar ações em defesa da paz e dos direitos humanos.
Diante disso, movimentos sociais, partidos progressistas e cidadãos têm reafirmado o óbvio: defender a vida do povo palestino não é crime – é um dever ético e político.