Vivi Reis recebe ameaças de morte e denuncia escalada de violência política da extrema direita
Ameaças com teor nazista e misógino reacendem alerta sobre ataques contra parlamentares do PSOL; Coletivo publica nota em defesa da vereadora
Foto: Davi Bonfim/Divulgação
A vereadora Vivi Reis (PSOL-Belém) tornou pública, nesta semana, a série de ameaças de morte que recebeu em seu e-mail oficial, com mensagens de conteúdo nazista, machista, LGBTfóbico e racista. A parlamentar, uma das vozes mais atuantes da esquerda amazônica, afirmou que não irá se intimidar e que seguirá exercendo seu mandato com firmeza.
Segundo Vivi, todas as providências foram tomadas imediatamente:
“Tomei imediatamente todas as medidas cabíveis, registrando Boletim de Ocorrência em delegacia especializada e informando à Presidência da Câmara Municipal, que tem por obrigação garantir todas as condições para que eu exerça livremente meu mandato parlamentar, para o qual fui democraticamente eleita pelo povo”.
A vereadora relatou ainda que as ameaças se inserem em uma escalada nacional de violência política de gênero e raça, que reflete o ambiente de ódio alimentado pela extrema direita.
“Esse episódio não é isolado: faz parte da escalada de violência política de gênero e raça que tem atingido mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+ em todo o país. É importante afirmar também que existem organizações criminosas, provavelmente com ligações políticas, por trás dessa escalada de violência”, avalia.
Ela também reforçou que seguirá atuando, apesar das intimidações:
“Porém, ameaças como essa não vão nos intimidar e nem silenciar. (…) Sigo firme, com coragem e compromisso, na luta. Fascistas, racistas e misóginos: não passarão!”.
Ataques que se repetem no PSOL
O caso de Vivi Reis não é isolado. Parlamentares do PSOL têm sido alvo frequente de intimidações, sobretudo mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+. Nos últimos anos, as deputadas federais Sâmia Bomfim (SP), Fernanda Melchionna (RS), Erika Hilton (RJ), Talíria Petrone (RJ); e as deputadas estaduais Luciana Genro (RS) e Renata Souza (RJ), além de vereadoras e lideranças municipais do partido em todo o país, que relatam intimidações digitais e presenciais.
O padrão dos ataques evidencia a tentativa organizada de afastar mulheres progressistas da vida pública, minando a democracia pela intimidação.
Lutar Sempre
Em resposta às ameaças, o coletivo Lutar Sempre publicou uma nota de solidariedade à vereadora, em tom direto e sem concessões. O grupo denuncia a covardia dos ataques e reafirma que Vivi não está só:
“Só os covardes ameaçam as mulheres lutadoras, eles se escondem atrás das redes sociais por pura covardia, na sua condição de vermes, eles sabem que se aparecerem serão esmagados, porque sabem que são pequenos, rasteiros, limitados, acéfalos e canalhas.”
O coletivo também critica a misoginia e o ódio da extrema direita.
“Esses babacas misóginos, fascistas, racistas, LGBTfóbicos, são tão idiotas a ponto de acreditarem que vão intimidar, amedrontar ou fazer recuar uma mulher de luta, como a vereadora Vivi Reis” – E reforça que a parlamentar segue amparada por quem luta ao seu lado – “O medo não existe no dicionário dessa guerreira, ela é forte e preparada exatamente para derrotá-los, e ela não está só. Nós do coletivo Lutar Sempre prestamos nossa solidariedade e estamos na mesma trincheira de luta dessa mulher guerreira”, diz trecho do manifesto.
Intimidação não calará a luta
As ameaças contra Vivi Reis se somam a uma longa lista de tentativas de silenciar mulheres progressistas no Brasil – estratégia típica da extrema direita que tenta expulsar corpos dissidentes do debate público. A resposta, porém, veio das ruas, do PSOL e de coletivos de luta: não passarão.
Vivi permanece firme em seu mandato, e os ataques, longe de intimidarem, reforçam a mobilização social pela proteção de mulheres negras, LGBTQIA+ e lideranças políticas ameaçadas em todo o país.