Contra o plano de Trump/Netanyahu para a Palestina!
O recente plano apresentado por Donald Trump é a mais recente demonstração de arbitrariedade do imperialismo estadunidense perante o povo palestino.
O recente plano apresentado por Donald Trump como resposta para o conflito palestino é a mais recente demonstração de arbitrariedade do imperialismo estadunidense perante o povo palestino. Em total consonância com o primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu, que recentemente foi indiciado por corrupção, o chamado “Plano de Paz para o Oriente Médio” é parte da agenda sionista do imperialismo contra os direitos da população palestina, visando aprofundar o regime de apartheid atualmente instalado no território da Palestina.
O “pacto do século”, como foi anunciado, foi supostamente formulado por Jared Kushner, genro de Trump, o plano é na verdade a materialização das posições extremistas da direita sionista que busca anexar os territórios ocupados ilegalmente na Cisjordânia e retalhar o território controlado pela Autoridade Palestina na região. Sem nenhuma participação de palestinos em sua construção, o pacto foi referendado por estados-títeres dos EUA no mundo árabe, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã, representando mais uma odiosa tentativa de submissão dos palestinos e palestinas ao Estado de Israel, um enclave militar sionista pró-ocidente que viola inúmeras leis internacionais com a ocupação e expansão de assentamentos para além dos territórios que controla legalmente.
O plano de Trump mantém sua política de defesa de Jerusalém como capital indivisível do Estado de Israel e determina a anexação do vale do Rio Jordão ao país, defendendo claramente a ampliação do território controlado pelos sionistas sobre a Cisjordânia e a manutenção das colônias mantidos por Israel em território reconhecidamente palestino inclusive pelas leis internacionais. Desta forma, além de desestruturar ainda mais os territórios densamente povoados ocupados pelos palestinos, o plano abre espaço para o aprofundamento da exploração da mão-de-obra palestina a partir da permanência de assentamentos judaicos militarizados e notáveis pelo racismo contra a população árabe.
Este movimento, que acirra a violência na região e exige uma resposta da militância anti-imperialista, joga por terra inclusive a inviável “solução dos dois estados” defendida pelo imperialismo desde os Acordos de Oslo como forma paliativa de reduzir os níveis de resistência palestina e coloca uma nova ênfase na ocupação militar e na violência dos colonos contra a população confinada nos pequenos espaços ainda controlados pelos palestinos. A semelhança com os territórios supostamente independentes (os famigerados “bantustões”) na África do Sul durante o regime do apartheid fica evidente, ainda que as entidades sionistas busquem identificar qualquer crítica ao estado genocida de Israel como antissemitismo.
Além disso, este plano também é parte da disputa dos EUA por hegemonia mundial através da propagação do autoritarismo refletido no apoio à governos como Netanyahu, a exemplo de Bolsonaro no Brasil, Rodrigo Duterte nas Filipinas, entre outros exemplos. As inúmeras tentativas de ataque e desmoralização da luta palestina, sempre derrotadas, representam também um importante símbolo de força do imperialismo estadunidense na região e em seus mecanismos de dominação através do apoio simultâneo à inúmeras monarquias árabes ditatoriais na região.
Contra esta absurda movimentação dos governos de extrema-direita de Trump e Netanyahu é necessário declarar todo apoio à luta do povo palestino e sua resistência contra os invasores imperialista. Nossa solidariedade à Palestina é permanente, defendendo um estado soberano laico e plurinacional no qual todas as populações residentes da Palestina histórica, como árabes, judeus e drusos, possam conviver em paz a partir de premissas como a democracia popular e o direito de retorno das centenas de milhares de refugiados gerada pela Nakba (“catástrofe” em árabe, como os palestinos consideram a fundação de Israel).
Fora EUA do Oriente Médio! Palestina livre!