Em defesa da vida

Precisamos fortalecer as mobilizações pela vacinação para todos e a greve dos professores.

TLS-SP 11 fev 2021, 13:58

A pandemia do Coronavírus está longe de acabar. Ao contrário, estamos prestes a ter um salto no número de casos e no número de mortes no país. A pressão do capital e dos governos para que todas as atividades presenciais sejam retomadas é a responsável por esse triste quadro. A situação tende a ficar mais crítica à medida em que as novas variantes do Covid-19 (com maior potencial de contaminação e infecção) se tornarem predominantes. Estima-se que 90% das infecções por Covid-19 ocorridas em Manaus atualmente tenham sido causadas pela nova mutação do vírus. É questão de tempo para que esse quadro se reproduza no país.

Neste cenário, volta às aulas e relaxamento no isolamento social significam colocar em risco a vida de milhões de trabalhadores. A determinação de volta às aulas presenciais está entre as medidas mais irresponsáveis. É fundamental que os trabalhadores se unam na defesa do direito mais fundamental de todos: o direito à vida.

Só a luta pode garantir vacina

A luta pela vacina deve mobilizar todos nós. As carreatas que têm ocorrido nos finais de semana são um passo importante, mas precisam se tornar muito mais massivas. A greve e a mobilização das categorias pode ser um elemento fundamental. Os funcionários do Hospital Universitário da USP protagonizaram uma greve vitoriosa. A reivindicação foi para que todos os profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia fossem vacinados contra a Covid-19. O plano da superintendência era vacinar somente médicos e enfermeiros, deixando de fora os terceirizados e residentes. A greve atingiu seu objetivo conseguindo doses da vacina para imunizar o conjunto dos profissionais.

Agora está ocorrendo outro grande embate: os professores da rede estadual entraram em greve porque o retorno às aulas presenciais coloca toda a comunidade escolar em risco. A greve precisa se tornar uma greve de toda educação em defesa da vida. Pois, se educação é serviço essencial, a comunidade escolar deve ser imediatamente vacinada.

Todos os trabalhadores em serviços essenciais devem receber a vacina imediatamente. Suas vidas não podem ser colocadas em risco.

Por que falta vacina?

A escassez de vacina nesse momento deve-se a dois fatores: primeiramente ao governo Bolsonaro, que, com sua postura de negar a gravidade da pandemia, não negociou e nem investiu os recursos necessários para compra de vacina. Em segundo lugar, ao fato de que os grandes laboratórios mundiais e as maiores economias do mundo dominam a produção de vacina, o que possibilita lucros bilionários para esses laboratórios e faz com que os países ricos imunizem em primeiro lugar suas populações.

Para defender a vida, é necessário quebrar a patente dessas vacinas para permitir o acesso e aumentar a produção para garantir que as populações de todos os países sejam imunizadas.

Quais as medidas necessárias?

1- Vacina para todos. O país precisa garantir o número de vacinas e insumos para imunizar toda a população. Nesse sentido, é necessário agilizar a compra das vacinas e insumos necessários, assim como quebrar as patentes desses produtos para garantir a produção no país.

2- Isolamento Social: Enquanto a vacinação não ocorre, garantir o máximo possível de isolamento social. Isto deve ser possibilitado por meio do auxílio emergencial e crédito para as pequenas e médias empresas.

3- Volta às aulas somente depois da vacinação da comunidade escolar. Se a educação é serviço essencial, a vacinação deve ser uma das principais prioridades.

4- Prorrogação do auxílio emergencial até o final da pandemia. Sem auxílio emergencial, milhões de brasileiros não terão como garantir suas necessidades básicas. Nesse sentido, é necessário a prorrogação do auxílio emergencial e reajuste para o valor de R$ 1.100,00 reais.

5- Impostos sobre as grandes fortunas. Quem deve pagar o custo da crise não é o povo, mas os grandes banqueiros e empresários desse país.

Atingir esses itens é fundamental para garantir a vida de todos nós, mas sabemos que isto só será possível por meio da luta. Portanto, precisamos fortalecer as mobilizações pela vacinação para todos e a greve dos professores.


TV Movimento

Roberto Robaina entrevista Flávio Tavares sobre os 60 anos do golpe de 1º de abril

Entrevista de Roberto Robaina com o jornalista Flávio Tavares, preso e torturado pela ditadura militar brasileira, para a edição mensal da Revista Movimento

PL do UBER: regulamenta ou destrói os direitos trabalhistas?

DEBATE | O governo Lula apresentou uma proposta de regulamentação do trabalho de motorista de aplicativo que apresenta grandes retrocessos trabalhistas. Para aprofundar o debate, convidamos o Profº Ricardo Antunes, o Profº Souto Maior e as vereadoras do PSOL, Luana Alves e Mariana Conti

O PL da Uber é um ataque contra os trabalhadores!

O projeto de lei (PL) da Uber proposto pelo governo foi feito pelas empresas e não atende aos interesses dos trabalhadores de aplicativos. Contra os interesses das grandes plataformas, defendemos mais direitos e melhores salários!
Editorial
Israel Dutra e Roberto Robaina | 28 abr 2024

Educação: fazer um, dois, três tsunamis

As lutas da educação nos Estados Unidos e na Argentina são exemplares para o enfrentamento internacional contra a extrema direita no Brasil e no mundo
Educação: fazer um, dois, três tsunamis
Edição Mensal
Capa da última edição da Revista Movimento
Revista Movimento nº 48
Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão
Ler mais

Podcast Em Movimento

Colunistas

Ver todos

Parlamentares do Movimento Esquerda Socialista (PSOL)

Ver todos

Podcast Em Movimento

Capa da última edição da Revista Movimento
Edição de março traz conteúdo inédito para marcar a memória da luta contra a repressão