A carta dos banqueiros não é pela vida

O negacionismo e a sabotagem do genocida na presidência comprometem os lucros do capital financeiro, ou seja, a vida passa a importar quanto afeta os ganhos dos senhores.

Márcio Vargas 24 mar 2021, 17:39

Algumas missivas brasileiras deste século têm seu lugar reservado na história. A “Carta ao Povo Brasileiro”, dirigida efetivamente à burguesia financeira, provavelmente é a precursora no resgate desta nostálgica forma de manifestação. Temer, até então vice decorativo, ensaiou a intenção golpista em carta dirigida à Dilma. Nesta semana (22), banqueiros e economistas exigiram uma agenda responsável para o combate à pandemia de COVID-19.

Nenhum destes documentos “históricos” foi dirigido à classe trabalhadora, ou ao povo em geral. As duas primeiras sinalizam aos podres de ricos (os verdadeiros destinatários), a certeza de que a Casa Grande é prioridade, enquanto na mais recente os senhores manifestam o quê deve ser feito para a “paz social”. O quadro caótico pandêmico passou a atrapalhar também os interesses do andar de cima, pois o negacionismo e a sabotagem do genocida na presidência comprometem seus lucros.

Não é pela vida, a carta deixa claro: “o PIB encolheu 4,1%”;  “Os recursos federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$ 327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do emprego no ano de 2020”; “o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021”.

A fome e o desemprego não são preocupações dos banqueiros, tratados como dados conjunturais de alerta ao “mercado”. Não se fala de reconversão da indústria, ou medidas de crédito ao pequeno comércio. Uma vaga ideia de eventuais lockdowns, enquanto pregam que “as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir”.

Em que pese apontarem medidas importantes (a vacinação, o uso de máscaras, o distanciamento e a coordenação das ações), não efetivadas pelo desgoverno e os 3 ministros que passaram pela pasta antes do recém empossado, a sinalização desta “Carta dos Banqueiros” é de que a vida apenas importa quanto afeta os lucros, motivo suficiente para o recuo de Bolsonaro, alterando em parte o discurso negacionista, em rede nacional e acompanhado de panelaços em todo o país.

Tirar Bolsonaro da presidência é a tarefa prioritária. É preciso retomar a luta pelo impeachment! Nossas energias precisam ser direcionadas para a derrota de Bolsonaro agora, não em 2022. E a “Carta de Lênin aos membros do Comitê Central”, coloca o papel fundamental dos quadros políticos da esquerda socialista, também para esta situação:

“A história não perdoará revolucionários por procrastinarem quando podem vencer hoje (e seguramente vencerão hoje), enquanto arriscam a perder muito amanhã, arriscam perder tudo.”

Fora Bolsonaro!

Vacina para todos, já! Auxílio digno!


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