Após 5 anos, FASUBRA realiza congresso que decide sobre arcabouço fiscal do governo Lula e refiliação à Central Sindical
O evento reuniu trabalhadores e trabalhadoras de instituições públicas de ensino superior de todo país
No período de 17 a 21.05 a FASUBRA Sindical, entidade representativa dos técnico-administrativos das instituições públicas do ensino superior do Brasil, realizou congresso em Brasília com 1.023 delegados e delegadas presentes, além de dezenas de convidados, assessores políticos, imprensa e parlamentares do campo da esquerda.
A mesa de abertura do congresso, na noite da quarta-feira passada deu o tom do que seria o principal ponto a ser debatido nesses dias: o arcabouço fiscal do governo Lula. A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS) e Maria Lúcia Fatorelli, auditora fiscal e fundadora da auditoria cidadã da dívida pública colocaram “fogo” no debate. Elas afirmaram que esse projeto nada mais é que um teto de gastos com “maquiagem”, tendo inclusive, trechos piores que a lei atual; que o projeto em sendo aprovado, ele que tramita em regime de urgência no congresso nacional, fere de morte o crescimento e desenvolvimento de importantes áreas como a educação e saúde públicas, inclusive podendo comprometer planos de carreiras e pisos salariais de professores e do pessoal da enfermagem, esse último sancionado recentemente.
As demais mesas nos dias seguintes discutiram pontos como: carreiras dos servidores, hospitais universitários (HU’s), EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares fundada pela ex presidente Dilma, democracia universitária, refiliação da Federação a uma central sindical, construção do calendário de lutas para o próximo período e por fim, o congresso votou a composição da próxima direção da Fasubra que terá mandato de 3 anos.
Ficou aprovado o esforço da próxima direção junto ao governo no sentido de aprimoramento da carreira dos servidores, algo congelado desde o governo Temer, passando por Bolsonaro e que até agora o atual governo não fez nenhuma sinalização nesse sentido.
Sobre os HU’s, aprovou-se a luta pelos hospitais escolas, 100% SUS e administrados totalmente por servidores do quadro das universidades, sem a necessidade de empresa como a atual (EBSERH), que administra a partir de indicações políticas e cargos de altos salários, sem o mesmo compromisso que têm os servidores do quadro efetivo, daí a importância de seguir a luta pelo fora EBSERH, com estudos no sentido de absorver os atuais trabalhadores da mencionada empresa pública.
A categoria também aprovou lutar pelo retorno da democracia universitária, com a garantia de que reitores eleitos sejam os empossados, sem lista tríplice e muito menos, sem intervenção como fez o ex desgoverno Bolsonaro.
No ponto de filiação da Federação a uma central sindical, os mais de mil delegados presentes representando as universidades de todo o país, rejeitaram filiação a qualquer central sindical até o próximo congresso que deverá acontecer daqui a 3 anos.
A categoria também construiu um extenso calendário de lutas para o próximo período, tendo como central, derrotar o arcabouço fiscal de Lula/Alckmin e da direita, como ponto de partida para conseguir recursos que garantam mais investimentos em todas as áreas sociais e estratégicas para o desenvolvimento qualificado do Brasil.
Por fim, ocorreu a eleição para a nova duração da Federação, tendo a esquerda majoritariamente do PSOL, eleito 15 cadeiras entre as 27 em disputa na direção, ficando as 12 demais com representantes do governismo (PT/PCdoB).
Registra-se que a TLS – Trabalhadoras e Trabalhadores na Luta Socialista, corrente sindical do MES – Movimento Esquerda Socialista, será representada pelo companheiro Sandro Pimentel/RN, que assumirá a Coordenação de Educação da FASUBRA, tendo como suplente a companheira Mary Caroline Santos Ribeiro (Karol), coordenadora geral do SINDTIFES – Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará, que também integra o TLS/MES.
Muitas lutas virão e estamos prontos!