Liberdade para Boris Kagarlitsky e todos os prisioneiros políticos na Rússia!
Manifesto pela libertação do intelectual, escritor e ativista antiguerra russo e todos os outros oponentes da guerra da Ucrânia hoje presos
Foto: Campanha Internacional de Solidariedade a Boris Kagarlitsky
Via Rebelión
Produzida em vários idiomas (inclusive russo e ucraniano), a petição da campanha já obteve o apoio dos ex-líderes do Partido Trabalhista britânico Jeremy Corbyn e John McDonnell, do eminente líder da esquerda francesa Jean-Luc Mélenchon e de líderes e representantes eleitos de partidos progressistas e de esquerda no Norte e no Sul: na Argentina, Austrália, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Irlanda, Quebec, Porto Rico, Espanha, na própria Rússia e no Reino Unido.
A esses apoiadores se juntaram conhecidos intelectuais de esquerda, como Naomi Klein, Slavoj Žižek, Claudio Katz, Reinaldo Iturriza López, Luis Bonilla-Molina, Fredric Jameson e Etienne Balibar, entre outros.
A petição foi publicada em duas plataformas: www.freeboris.info e change.org, ambas com atualizações regulares sobre a campanha. Em 22 de março, ela havia coletado mais de 7.000 assinaturas de apoio.
Histórico
Boris Kagarlitsky foi condenado a cinco anos de prisão por um tribunal militar de apelações em 13 de fevereiro. Os juízes acataram a acusação de que sua punição inicial de uma multa de US$ 6550 e uma proibição de dois anos de administrar sites era “excessivamente branda” (veja aqui os detalhes completos do caso bizarro contra Kagarlitsky por “fazer apologia ao terrorismo”).
Como resultado, as redes internacionais cujos esforços ajudaram a manter o escritor russo fora da prisão em seu julgamento inicial se uniram na campanha atual. Seu objetivo imediato é chamar a atenção das forças progressistas e de esquerda internacionais para a repressão de seus colegas russos, dos quais Boris Kagarlitsky é provavelmente o mais conhecido.
Parar a máquina repressiva
A esquerda na Rússia está sendo submetida a uma repressão sem precedentes. Muitas organizações foram desmanteladas e ativistas que, apesar das ameaças oficiais, não tinham intenção de deixar o país, foram mandados para a prisão por vários motivos espúrios.
A Campanha Internacional de Solidariedade a Boris Kagarlitsky conclama as forças democráticas e de esquerda de todo o mundo a exigir o fim do aparato repressivo que seus colegas russos estão sofrendo, ao mesmo tempo em que chamam a atenção para os graves problemas que estão se acumulando na Rússia devido à guerra na Ucrânia.
A campanha acredita que, sem a atenção internacional, os prisioneiros políticos russos contra a guerra ficarão sozinhos contra um governo que os condena não apenas à prisão, mas também à perspectiva de morte. As condições nos centros de detenção russos estão longe de ser satisfatórias, como está constatando Boris Kagarlitsky, confinado em um centro de detenção pré-julgamento durante o período de sua apelação.
Em suas cartas da prisão, Kagarlitsky insiste na necessidade de apoiar todos os ativistas de esquerda que estão atrás das grades, especialmente aqueles cujos nomes não são tão conhecidos quanto o dele.
Em escala global, a campanha tem como objetivo angariar tanto apoio que se torne impossível para os políticos em diálogo com o governo russo ignorá-la.
Na Rússia, a campanha apela a todos aqueles que se preocupam com o futuro de seu país, àqueles que estão convencidos de que a mudança não pode ocorrer sem o fim dos combates e a libertação de todos aqueles que são a favor de uma reformulação progressista das políticas atuais do regime de Putin.
Espera-se que o apelo de Boris Kagarlitsky seja ouvido no início de maio: a campanha de solidariedade internacional, portanto, pede um esforço urgente nas próximas seis semanas em nome de Kagarlitsky e de todos os prisioneiros políticos anti-guerra na Rússia.
A petição está atualmente disponível em português(confira aqui) e nos seguintes idiomas: árabe, tcheco, dinamarquês, grego, espanhol, inglês, francês, hindi, italiano, holandês, norueguês, polaco, russo, sérvio, sueco e ucraniano.
Para mais informações, entre em contato com redacaomovimentorevista@gmail.com boris.solidarity@gmail.com