Indígenas ocupam a Secretaria Estadual de Educação no Pará
Em defesa da educação indígena no estado que receberá a COP 30, povos lutam pela revogação da Lei 10.820/2024. #ForaRossieli!
Foto: Fernanda Cabral
“Mal sabem eles, que a gente luta há mais de 500 anos e jamais nos cansaríamos, a nossa força é ancestral” (Auricélia Arapiun, liderança indígena do Baixo Tapajós).
Belém que sediará a COP-30, já iniciou o ano sendo palco de lutas contra os retrocessos do governo de Helder Barbalho.
Acampados há um dia na sede da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC), lideranças e professores indígenas de povos como Arapiun, Munduruku, Borari, Tupinambá, dão uma grande demonstração de força, resistência e deixam o recado que o ano da COP, também será o ano das lutas no Pará.
Em dezembro de 2024, Helder Barbalho e Rossieli (secretário da educação) desferiram um grande golpe na educação do Pará com a aprovação da Lei 10.820/2024 que dentre tantas atrocidades, faz alterações Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) impactando diretamente a educação escolar indígena. Na prática, os professores e as aulas presenciais darão lugar a um sistema de ensino precarizado em que as aulas serão gravadas e transmitidas por televisores, medida que ignora totalmente a diversidade dos povos e as dificuldades de acesso a internet.
Enquanto nega o diálogo com o movimento indígena, Rossieli, que já foi condenado por improbidade administrativa no Amazonas, vai às mídias divulgar de forma totalmente irresponsável que um professor do SOME “hoje pode receber até 27 mil reais”, não considerando que para isso o profissional precisa ter anos de experiência, e valorização como a progressão de carreira, que também foi atacada com esse pacote de maldades.
Helder Barbalho tem se colocado para o mundo como o governador da Amazônia, utilizando de forma oportunista o território pra vender uma imagem de ambientalista, enquanto aqui no Pará aplica golpes nos povos da Amazônia. Os ataques ao SOME e SOMEI representam um grande retrocesso precarizando as condições de trabalho dos profissionais da educação, estudantes e toda população que vive nas aldeias, quilombos e no campo.
Contudo, se de um lado temos os inimigos da educação, de outro temos a resistência ancestral indígena que não recuará. Direitos não são negociáveis, a luta é pela garantia desses direitos.
É fundamental que os movimentos sociais, estudantis, partidários, do campo e da cidade somem na luta exemplar que vem sendo travada pelo movimento indígena, que levanta a bandeira da educação e não se curva aos desmandos da oligarquia Barbalho que tem o projeto de domínio do estado.
O Pará é território indígena, de luta e resistência. Surara!