Fora Trump de Gaza!
A proposta norte-americana de ocupar Gaza e promover uma limpeza étnica na região gera condenação global
Foto: Donald Trump. (TNR/Reprodução)
Após encontro com o primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu nos EUA, o presidente norte-americano Donald Trump declarou a intenção de seu país ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos da região, numa escalada do plano de limpeza étnica que vem se desenrolado desde 2023 com a ação genocida das forças israelenses no território.
A absurda proposta acontece semanas após o início do cessar-fogo entre Israel e a resistência palestina, que levou a uma troca de reféns dos dois lados e à volta de multidões de palestinos para seus lares em escombros, destruídos pelos meses de guerra. Sob a justificativa de “limpar” Gaza, Trump e Netanyahu propõe ocupar permanentemente a Faixa e expulsar seus moradores para países árabes vizinho, permitindo assim sua posterior ocupação por colonos sionistas da mesma forma que hoje ocorre na Cisjordânia ocupada, numa clara violação das leis internacionais.
A reação mundial foi imediata. Representantes da ONU, de governos europeus como o da Inglaterra, da Alemanha, da França, da Turquia e de diversos outros países denunciaram as intenções de Trump, assim como líderes de países árabes que seriam diretamente afetados. O Hamas declarou que tal medida seria como “colocar óleo no fogo” e reafirmou a disposição dos combatentes palestinos em resistirem à ameaça. No Brasil, o presidente Lula também fez uma declaração criticando Trump e atribuindo aos EUA a responsabilidade pela destruição de Gaza devido ao apoio dado ao governo sionista durante toda a operação genocida.
É importante lembrar que essa nova declaração do líder da extrema direita mundial se insere em um contexto pós cessar-fogo no qual as agressões do exército israelense contra palestinos na Cisjordânia se intensificaram. O governo Netanyahu enfrenta uma grande crise política, com a ruptura de dois ministros de partidos fundamentalistas de seu governo devido ao fim da guerra em Gaza, e a estratégia de guerra permanente é um mecanismo para acalmar seus aliados fascistas, tentar coesionar a sociedade israelense e permitir sua permanência no poder. A queda de Netanyahu poderia representar também sua prisão por diversos crimes cometidos antes do início da última guerra.
Esse novo passo dado por Trump demonstra que seu projeto imperialista no Oriente Médio tem um objetivo claro de limpeza étnica, unido com a extrema direita israelense num ataque sem precedentes à soberania nacional da Palestina. Nos somamos à resistência do povo palestino e a todos e todas que por todo o mundo que denunciam e enfrentarão o sionismo caso esse crime contra a humanidade seja tentado.