Militantes do MST são atropelados em Recife durante marcha pela Reforma Agrária

Militantes do MST são atropelados em Recife durante marcha pela Reforma Agrária

Dois militantes do MST foram atropelados durante marcha pela Reforma Agrária em Recife

15 abr 2025, 16:06

Via Brasil de Fato

Um homem em um Eco Sport branco atropelou manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Recife (PE), na manhã desta terça-feira (15). Dois militantes foram atingidos pelo carro. Gideone Sinfrônio de Menezes Filho, de 67 anos, se feriu gravemente e está em coma. De acordo com os sem-terra, as duas rodas passaram por cima do seu abdômen. Desacordado e com uma fratura exposta, ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Abdias de Carvalho.

Morador do acampamento Barreirinhas, da cidade de Goiana (PE), Gideone foi transferido para o Hospital da Restauração, a principal emergência da cidade.

Descrito por militantes do MST como um homem barbudo e careca, o motorista não prestou socorro e fugiu pela contramão. Fotos registraram a placa do seu carro.

“Foi um ato de intolerância, sendo que a marcha está com apoio da Polícia Militar, da Companhia de Trânsito do Recife. Foi literalmente uma tentativa de homicídio. Estamos rezando para que nosso companheiro sobreviva”, afirma Paulo Mansan, da direção nacional do MST em Pernambuco. “Foi horrível. Algo impressionante e que causa profunda indignação”, diz.

O outro sem-terra atropelado, Samuel Scarponi, é dirigente estadual do movimento e teve ferimentos no braço. “Estamos seguindo nosso combinado de andar só nas faixas que foram acordadas”, ressalta indignado, ainda sujo de sangue, em relato na rede social da integrante do MST e deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE).

“O cara tentou jogar por cima da marcha, a gente tentou segurar ele para que não tivesse acidente maior e ele jogou para cima de mim e do outro companheiro. Viu o outro companheiro, acelerou e passou por cima. Foi uma cena muito difícil de ver. O companheiro saiu com a barriga aberta, com fratura no crânio, sangrando. E o cara jogou na outra pista e saiu desembestado”, narra Scarponi.

Em nota, o MST repudiou as “violências sofridas pelos militantes”. O movimento informou que está “tomando as medidas cabíveis para que o responsável seja identificado”. O comunicado ressalta que a marcha ter autorização concedida pela Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) e pela Polícia Militar estadual, e “seguia respeitando as sinalizações das autoridades locais”.

A Polícia Militar de Pernambuco disse, em nota, que iniciou as diligências para identificar o condutor do veículo que causou o acidente e não socorreu a vítima. O comunicado destaca que “o deslocamento dos manifestantes estava sendo realizado de forma pacífica”, com acompanhamento policial.

Abril Vermelho

O protesto integra a Jornada de Lutas pela Reforma Agrária, mobilização nacional do MST mais conhecida como Abril Vermelho. Depois de concentrar na praça da Chesf, na entrada do Recife, a marcha passa pela sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e se dirige até o palácio do governo. A pauta principal é o assentamento de 16 mil famílias que atualmente vivem acampadas no estado pernambucano. 

Ainda na concentração, de acordo com Amorim, os manifestantes foram impedidos de entrar em um mercado para comprar comida. Apesar de abrir às 7h, a rede Novo Atacarejo Guabiraba se recusou a vender para os camponeses e só abriu as portas depois que o ato começou a caminhar. Pouco depois, aconteceu o atropelamento.

A reportagem pediu um posicionamento para o Novo Atacarejo e também para a Secretaria de Segurança Pública do governo de Raquel Lyra (PSD). Assim que houver retorno, o texto será atualizado.

“Nitidamente vivemos uma situação de violência política contra o MST”, classifica Rosa Amorim. O ataque acontece dois dias antes de se completarem 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás, marco que faz deste mês o de principal mobilização dos sem-terra pela reforma agrária e contra a violência aos que a defendem.

Texto atualizado às 15h51 para inclusão de posicionamento da Polícia Militar de Pernambuco.

Editado por: Nathallia Fonseca


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