Corrupção no Banco Master terá acareação no STF
Toffolli

Corrupção no Banco Master terá acareação no STF

Decisão do ministro Dias Toffoli ocorre enquanto cresce a pressão por responsabilização em um esquema criminoso bilionário que atinge o sistema financeiro e políticos

Redação da Revista Movimento 26 dez 2025, 07:00

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro Dias Toffoli decidiu manter para a próxima terça-feira (30) a acareação entre os principais envolvidos no caso Banco Master, em meio ao aprofundamento de um dos mais graves escândalos de corrupção e fraude financeira do país. Longe de se tratar de um “equívoco bancário”, como tenta sustentar parte do governo, o caso revela um arranjo político-financeiro estruturado que envolveu o uso de um banco público, articulações do centrão, pressão legislativa, lobby em Brasília e operações coordenadas no mercado financeiro.

A acareação reunirá o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. Dois deles são investigados. A medida foi determinada de ofício por Toffoli, apesar do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para adiamento, sob o argumento de que a diligência seria prematura e poderia expor linhas sensíveis da investigação ainda em curso.

O caso envolve um arranjo político-financeiro estruturado, que colocou o principal banco público do Distrito Federal a serviço de interesses privados. A tentativa do governador Ibaneis Rocha (MDB) de empurrar a compra do Banco Master pelo BRB foi marcada por pressa, falta de transparência e desconsideração de alertas técnicos, revelando uma decisão essencialmente política.

O ponto de partida desse esquema foi a captura do BRB pelo centrão. Paulo Henrique Costa, indicado ao comando do banco por Ciro Nogueira (PP), assumiu sem credenciais técnicas compatíveis com o cargo. A partir daí, o BRB passou a operar como peça de uma engrenagem maior, que envolve figuras do centrão e o empresário Daniel Vorcaro, dono do Master, hoje investigado pela Polícia Federal.

Quando o Banco Central vetou a compra, o governo do DF buscou um atalho: a aquisição das carteiras de crédito consignado do Master, operação que dispensaria nova autorização do BC. O detalhe é decisivo: segundo a Polícia Federal, é justamente nesse produto que se concentra o núcleo da fraude, baseada em consignados falsos que provocaram um rombo bilionário. O ativo que o governo tentou comprar é o mesmo que está no centro do esquema criminoso.

As investigações também revelaram movimentações coordenadas no mercado financeiro, com fundos ligados direta ou indiretamente ao Master operando ações do BRB em bloco, gerando ganhos sincronizados e redirecionando recursos para títulos do próprio banco investigado. Esse padrão não corresponde a flutuações normais de mercado, mas a coordenação deliberada, típica de esquemas que articulam poder político e interesses financeiros.

Apesar dos alertas da oposição – liderada pelo deputado Fábio Félix (PSOL-DF), que acionou órgãos de controle e votou contra a operação – o governo avançou, aprovando às pressas a lei que autorizava a compra. Diante desse histórico, cresce a pressão por uma CPI do caso Master-BRB. O escândalo expõe não um erro pontual, mas um padrão de governo que normaliza a corrupção e tenta rebatizá-la como falha técnica.

Clique aqui para subscrever o abaixo assinado pela CPI do Banco Master.


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