Lutar contra a transfobia é vital na luta anticapitalista
É a “família tradicional” que destrói a população LGBTIQA+.
Não somos nós, pessoas LGBTIQA+, que estamos destruindo a “família tradicional brasileira”. É a “família tradicional” que destrói a gente! Só que as nossas vidas não importam. Somos invisíveis!
É carnificina minimizar essa exclusão estrutural no país que mais mata pessoas LGBTIQA+ há mais de uma década e onde a expectativa de vida das pessoas trans é de 35 anos!
E aos que dizem que a pauta identitária não é importante e distrai a luta anticapitalista, é importante entender que a base do capitalismo e do patriarcado é justamente essa “família tradicional” meus amores! Eu lembro vocês do vídeo icônico da Amanda Palha falando sobre o nosso lugar dentro dessa família… Fora dela!
Nossas existências questionam o princípio básico do capitalismo: a criação de mão de obra explorável. Não há nada mais anticapitalista do que ser um corpo dissidente de gênero! Lutar pelas nossas vidas, nossos afetos, direitos, qualidade de vida, dignidade e tudo mais que nos é tirado, é fundamental para realmente mudarmos essa realidade absurda que vivemos.
É triste isso parecer utópico. Muitas vidas esquecidas ainda serão interrompidas. É desolador!
É fundamental se posicionar contra a transfobia, e digo isso para população cisgenera principalmente. Para a gente que é dissidente não tem outra opção, todo dia é uma luta!
Esse dia dos pais vai ser o mais especial para mim! Vou celebrar todos os pais trans e as famílias que desafiam de alguma forma esse modelo colonizador que nos expulsa, mutila e explora. Nossas vidas importam!