Entendendo o Tarifaço e o Imperialismo Estadunidense
Apoiados na luta da classe trabalhadora internacional, devemos fazer um combate da classe trabalhadora brasileira contra o império
Desde o início de seu governo, Trump tem feito uma escalada protecionista ao elevar a taxação de importação em determinados setores da economia. No entanto, uma marco desse processo foi quando Trump anunciou um grande tarifaço em 2 de abril de 2025, que batizou de “Dia da Libertação”. Nesse momento, o Brasil ficou com a alíquota mínima de 10%. Isso significava que qualquer compra que alguma empresa ou pessoa dos Estados Unidos fizesse de algum produto ou serviço brasileiro estaria sujeita a um imposto de 10%.
Outros países receberam alíquotas maiores, como o Japão com 24%, ou seja, compras americanas de produtos japoneses seriam taxadas em 24%. A China, por sua vez, recebeu uma taxação de 34% e respondeu à medida de Trump taxando os produtos americanos. Isso desencadeou uma guerra tarifária que chegou a mais de 100% de impostos nas compras de ambos os lados, o que mais do que dobraria o preço dos produtos de cada um no país do outro. O desfecho foi um acordo para reduzir as tarifas, os EUA para 30% e a China para 10%.
Ainda em abril, devido às controvérsias que a medida gerou nos mercados, Trump decidiu suspender o tarifaço por 90 dias. Desde então, têm anunciado novas tarifas aos países e os pressionado econômica e politicamente. Exemplo disso é que, em 9 de julho, Trump anunciou pelas redes sociais que taxaria o Brasil em 50% a partir de 1º de agosto, tendo como principal justificativa a “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e agora usa a Lei Magnitsky para aplicar sanções contra Alexandre de Moraes. Configura-se claramente uma ingerência à soberania brasileira e uma tentativa de proteger seu aliado Bolsonaro que pode ser preso pela tentativa de golpe de estado no 8 de janeiro.
Agora, Donald Trump assinou nesta quarta-feira (30) a ordem executiva que eleva tarifa de importação ao Brasil a 50% para começar no dia 6 de agosto. Portanto, entender como o tarifaço afetará o Brasil é necessário para restabelecer a rota de enfrentamento ao imperialismo americano e à extrema-direita.
Como as tarifas funcionam
As tarifas que estamos abordando se referem ao comércio internacional. O estabelecimento de 50% de tarifas a produtos brasileiros significa que quando uma empresa for comprar café brasileiro num valor (fictício) de 100 mil dólares, incidirá nessa compra uma tarifa de 50 mil dólares a ser paga para o governo estadunidense, totalizando um valor a ser pago de 150 mil dólares. Quem faz o pagamento de 150 mil dólares é a empresa americana que está importando o produto brasileiro, sendo que 50 mil dólares vão para o governo estadunidense e 100 mil dólares vão para o cafeicultor.
À primeira vista, parece que não mudou nada para o produtor brasileiro – na verdade mudou sim e esse é o ponto crucial que iremos voltar mais adiante -, ele continua recebendo os 100 mil dólares pela sua venda. A única diferença parece ser que o importador americano é quem está pagando mais caro e está saindo prejudicado. E de fato, ele está pagando mais caro, por isso o café brasileiro terá que ser vendido por um preço mais alto no mercado americano para compensar o custo maior.
No mercado dentro dos Estados Unidos, o café brasileiro fica mais caro, e terá que competir com cafés de outros produtores que não sofreram essa taxação e mantiveram o mesmo preço ou que sofreram uma taxação menor. Assim, o café brasileiro perde competitividade e acaba sendo menos vendido. É o que se espera pela lei da oferta e demanda, o aumento de preço leva a uma diminuição na demanda pelo produto.
Ora, como o café brasileiro vai vender menos, se o importador de café comprar a mesma quantidade que antes ele ficará com um estoque sem conseguir vender. O importador americano, por sua vez, não vai esperar ver seu estoque cheio e parado para decidir comprar menos café, mas vai se antecipar e desde já vai importar menos. No fim das contas, essa dinâmica que foi relatada acima não acontece sequencialmente no tempo, um fato depois do outro. Isso porque os agentes econômicos possuem expectativas sobre o futuro, antecipam esses fatos, e ainda agora no presente passam a comprar menos café dos cafeicultores brasileiros – e aqui fica claro que o exportador brasileiro é impactado, desde o início.
Portanto, o exportador de café pode não vender mais seus 100 mil dólares, mas talvez consiga vender 70 mil dólares para os Estados Unidos. Nessa venda, o importador americano pagaria 35 mil dólares de tarifa, totalizando 105 mil dólares no valor total. Dessa forma, é possível ver que tanto o importador americano paga um preço com as tarifas, quanto o exportador brasileiro também é prejudicado. Mais ainda, a princípio a mercadoria não vendida poderia ficar no mercado brasileiro, mas é possível que os produtores preferiram deixar as plantações apodrecem no pé do que venderem mais barato no mercado nacional, revelando mais uma vez a dinâmica irracional do capitalismo que coloca o lucro acima do bem estar social.
No entanto, não podemos nos ater apenas ao caso específico dos cafeicultores. Essa dinâmica ocorre com praticamente todos os exportadores para os Estados Unidos dos mais variados tipos de produtos, os principais sendo: café, aeronaves, sucos de frutas, equipamentos florestais, óleo bruto de petróleo, combustíveis de petróleo, produtos semiacabados de ferro e aço, máquinas de energia elétrica, cal, cimento, celulose, tabaco, calçados etc. No caso de produtos industriais, os EUA são o principal destino de produtos brasileiros desde 2015 e o desempenho positivo recente nas exportações para os EUA foi puxado pela indústria e pelo agronegócio. Assim, os estados mais afetados serão São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
Alguns itens dessa lista foram “poupados” por Trump e não serão taxados. Entre eles estão o petróleo, carvão, artigos de aeronaves civis, veículos, fertilizantes, produtos de madeira e alguns agrícolas (como suco de laranja, castanha-do-brasil etc), metais e minerais específicos, bens em trânsito e outros. Essas exceções revelam também os limites de até onde Trump consegue ir de acordo com as próprias condições da economia americana.
O impacto total na economia brasileira pode ser de perdas de até R$ 175 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ao longo dos próximos 10 anos, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) com potencial para eliminar mais 1,3 milhão de postos de trabalho no Brasil. Perceba que federação de indústrias é uma entidade da burguesia industrial brasileira, revelando que a burguesia está bastante preocupada com o tarifaço de Trump. O agronegócio prevê perdas de 5,8 bilhões de dólares, colocando uma base de sustentação do bolsonarismo em conflito com o tarifaço que tem a intenção de pressionar pela anistia de Bolsonaro.
Apesar de haver um impacto direto contra a burguesia, não significa que temos que nos animar. A economia capitalista burguesa sempre tem algum mecanismo de redirecionar a crise para a classe trabalhadora. Nesse caso, como há menos exportações, então trabalhadores podem ser demitidos já que não há mais necessidade de se produzir como antes, traduzindo-se nos 1,3 milhão de trabalhos perdidos nos próximos 10 anos, como foi apontado.
Apesar dos números assustadores, é preciso ter em mente que se trata de uma pesquisa que aponta diretamente os interesses da burguesia. Primeiro que trata-se de um impacto ao longo de 10 anos, mas em um período tão longo a economia mundial pode se reorganizar de muitas formas e o impacto não ser o mesmo estimado. Além de que em termos percentuais, o impacto imediato será menos de 0,5% no PIB brasileiro, o que está longe de ser uma catástrofe, para a maioria das pessoas pode passar completamente despercebido, a questão é que alguns setores específicos são muito afetados. Isso é importante para termos em mente de que é possível sustentar os impactos do tarifaço e combatê-lo de volta.
O dólar e as importações
Todos os elementos da economia capitalista estão interligados. Há um efeito mútuo de cada um em todos os outros. Podemos esperar, portanto, que não apenas as exportações sejam impactadas, mas também as importações. Mas por qual mecanismo? O dólar.
A taxa de câmbio estabelece a proporção de quantos reais são trocados por quantos dólares e vice-versa. No fim das contas, ela estabelece o preço de uma moeda em relação a outra, afinal as moedas em última instância são mercadorias especiais que atuam como equivalente geral, ficando também sujeitas às oscilações de oferta e demanda.
Com o tarifaço, vimos que haverá uma redução das exportações brasileiras aos EUA. Quando os EUA compram produtos brasileiros, o comércio é feito em dólar e o Brasil recebe esses dólares. A diminuição das exportações fará com que menos dólares entrem no Brasil, o que significa uma menor oferta de dólares que leva ao aumento do preço do dólar – redução da oferta aumenta o preço. Dessa forma, o dólar ficará mais caro em relação ao real e esse movimento já tem ocorrido com o dólar atingindo o valor de R$5,60.
A depreciação do câmbio – aumento do dólar – impacta os importadores brasileiro, aqueles que compram mercadorias no exterior. Assim, vamos analisar o caso de um importador de produtos farmacêuticos que faz uma compra de um medicamento de 100 dólares para revender no Brasil. Se o dólar estivesse à R$5,50, significa que se ele vender o produto por R$550 não haverá lucro nem prejuízo, fazendo de R$550 ser o menor preço pelo qual ele pode vender o produto para não sair perdendo. Com o dólar aumentando para R$5,60, esse mesmo vendedor terá que vender no mínimo por R$560 o mesmo produto. O efeito que estamos visualizando é o aumento dos preços internos de produtos importados.
Evidentemente que o aumento de preços também levaria a uma diminuição das vendas, fazendo o setor ter menos receita e lucro total – em vez de vender 500 produtos, pode acabar vendendo apenas 450. Além disso, se o produto importado é usado como insumo para produção de outro produto, este produto final também será encarecido ainda que tenha sido produzido no Brasil e não tenha sido importado. Esse é o caso dos óleos combustíveis de petróleo, pois as refinarias brasileiras não têm capacidade de refinar todo o petróleo produzido internamente, então parte do petróleo bruto é exportado e importamos ele refinado posteriormente. Assim, há uma pressão de aumento de preços de tudo que envolve petróleo, que são quase todas as mercadorias, pois são transportadas por rodovias, consumindo gasolina.
Os principais estados importadores e seus respectivos produtos importados são São Paulo (medicamentos, produtos farmacêuticos, inseticidas e máquinas de processamento de dados); Rio de Janeiro (motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis de petróleo e carvão); Bahia (óleos combustíveis de petróleo, óleos brutos de petróleo e elementos químicos inorgânicos); Minas Gerais (motores e máquinas não elétricos, carvão e polímeros de etileno); e Espírito Santo (aeronaves, carvão e veículos de passageiros).
Dessa forma, caso o governo brasileiro aplique tarifas recíprocas aos produtos americanos, esse impacto para importadores será maior, o que gera uma preocupação da burguesia brasileira em relação à retribuição de tarifas aos EUA. A Fiemg estimou que caso o governo Lula decida impor uma taxa recíproca de 50% sobre a importação de produtos norte-americanos, a queda no PIB pode chegar R$ 259 bilhões (-2,21%). Nesse cenário, 1,9 milhão de empregos seriam impactados em até 10 anos, com uma redução de R$ 36,2 bilhões na massa salarial do país.
Novamente, aqui é necessário notar que se trata de uma janela de 10 anos em que muitos fatores podem ser alterados. O que fica claro é que mesmo que a própria burguesia seja afetada pelo tarifaço, ela não está disposta a enfrentar o imperialismo americano. Prefere que não haja tarifas recíprocas do Brasil para evitar que suas perdas econômicas possam ser maiores, estando mais inclinada a uma negociação com os EUA que não envolva enfrentamento, mas talvez concessões.
Um programa de enfrentamento ao Imperialismo Americano
O Imperialismo busca a pilhagem de riquezas dos povos do mundo. A exportações de capitais é uma das formas em que isso ocorre, investindo em países periféricos com mão de obra barata e comprando a sua produção. Não é a forma do tarifaço que está estabelecendo um protecionismo sem precedentes. Tanto que a maioria dos economistas não vê racionalidade nas medidas de Trump, até porque as suas medidas também impactam os EUA negativamente.
Parte da racionalidade do imperialismo está começando a aparecer nos acordos bilaterais que os EUA fizeram com a União Europeia, o Japão e outros. No acordo com o Japão, a tarifa foi reduzida de 25% para 15% (o que ainda é muito acima dos 2,5% iniciais antes de todo o tarifaço) e o Japão investirá 550 bilhões de dólares nos EUA. Enquanto que o acordo com a União Europeia reduziu algumas tarifas, outras se mantiveram e a UE aumentará seu investimento nos EUA em mais 600 bilhões de dólares, além de comprar U$750 bilhões de dólares em energia americana e não aplicar o princípio da reciprocidade. O premiê da França disse que foi um “dia sombrio para os europeus”, enquanto o líder de extrema direita da Hungria, Viktor Orbán, afirmou que “Trump comeu de café da manhã Ursula von der Leyen”, Presidente da Comissão Europeia responsável pela negociação.
Duas potências, ainda que decadentes, capitularam à pressão de Trump e fizeram acordos individuais muito favoráveis aos EUA para conter danos. O Brasil, por outro lado, dificilmente teria poder de investimento para estabelecer um acordo nos mesmos marcos que os demais. Assim, possivelmente Trump não irá retroceder de imediato nas tarifas com o Brasil, servindo de exemplo ao resto do mundo de que não está blefando.
No entanto, há muitos conflitos no seio dessa política que nos permitem manobras para contra atacar. Primeiro que o tarifaço também afeta o povo americano, encarecendo produtos internamente, ainda que Trump divulgue que o tarifaço criará empregos nos EUA – buscando apoio da classe trabalhadora. O que prevalecerá nesse conflito será definido pela luta de classes do povo americano inserida no contexto da luta internacional.
Além disso, Trump está impondo tarifas a muitos países, enquanto cada país tem que lidar apenas com os EUA. O resultado é uma concentração de efeitos nos EUA. As próprias exceções abertas no decreto da taxação revelam os limites econômicos do tarifaço de Trump. Assim, por mais que a UE, o Japão e outros tenham capitulado, pode-se buscar uma articulação do Brasil com México, Coreia do Sul e outros países para responder conjuntamente à ofensiva de Trump. As tarifas de Trump por si só terão um impacto negativo de 1,2% no PIB dos EUA, uma retaliação conjunta poderia fazer o efeito chegar a 1,7%. Pela importância internacional que temos, o Brasil deve buscar ativamente tornar essa articulação uma realidade.
Para o Brasil, devemos apresentar um programa que busque romper com as relações do capitalismo dependente brasileiro:
- Sem Anistia! Prisão para Bolsonaro e os Golpistas! Nenhuma ingerência de Trump na política econômica ou sanções contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal devem salvar Bolsonaro da cadeia.
- Aprova PL da Soberania 3.387/2025, que endurece a Lei da Reciprocidade Econômica! A Lei de Reciprocidade aprovada pelo Congresso Nacional garante que um aumento de tarifas contra o Brasil pode ser respondido com um aumento de tarifas do Brasil contra o país em questão. Precisamos ir além e aprovar o PL da Soberania protocolado pela deputada Fernanda Melchionna que amplia o escopo da lei, incluindo reações nas esferas financeira e tecnológica.
- Romper Relações com Israel! Palestina Livre! Enquanto os EUA financiam o genocídio e fazem de Gaza o laboratório da extrema-direita internacional, nós devemos sufocar seus planos rompendo todas as relacões diplomáticas, comerciais e militares com Israel para cessar o genocídio.
- Quebrar todas as patentes americanas! As patentes privam a sociedade de utilizar um conhecimento ou recurso que foi descoberto ou desenvolvido, assim os seus proprietários têm a garantia de super lucros devido ao monopólio. Os EUA possuem 9% das patentes originadas em pesquisas na Amazônia (e a China 44%), segundo o INPI. O governo já estuda quebrar patentes de medicamentos, sementes agrícolas e tecnologias, precisa ir além e não pode capitular.
- Taxar remessa de lucros e dividendos para o estrangeiro! A riqueza produzida pela classe trabalhadora brasileira e com nossos recursos naturais deve ser apropriada para a geração de empregos, reestruturação produtiva sustentável e redução de desigualdades.
- Veta PL da Devastação! Reforma Agrária Já! Precisamos romper com a dependência exportadora da agropecuária para termos soberania e não dependermos da economia americana. Os prejuízos do tarifaço à agropecuária farão com que necessite de mais crédito subsidiado e pressione pela aprovação do PL da Devastação. Enquanto isso, o MST ocupou, desde o dia 20 de julho, sedes do Incra em 22 unidades federativas, chamando atenção para a urgência da Reforma Agrária!
- Romper com a Austeridade e derrubar o Arcabouço Fiscal! A austeridade fiscal é uma exigência dos imperialismos, a exemplo do FMI, para conter a emancipação dos países dependentes. O Brasil não pode ficar preso a essas amarras, precisa se libertar do arcabouço fiscal e buscar uma nova reestruturação econômica a partir do investimento nacional para suprir as necessidades do povo brasileiro. Não podemos aceitar que a agropecuária queira crédito subsidiado fora do arcabouço, enquanto a saúde e educação estão sendo sufocadas.
- Redução da taxa de juros e Auditoria da Dívida Pública! Uma operação financeira comum é a tomada de empréstimos com juros baixos em um país e investimento nos títulos do tesouro brasileiro que estão rendendo 15%. O montante de capital estrangeiro investido nos nossos títulos da dívida é da ordem de 4 bilhões de dólares. A taxa de juros brasileira está transferindo riqueza da classe trabalhadora brasileira para a burguesia internacional. O mecanismo da dívida pública tem que parar.
- Regulamentação das Big Techs! Essas são megacorporações capitalistas norte-americanas que dominam, no Ocidente, os fluxos da internet, as tecnologias de informação e os dados gerados, são a Meta, Google, Microsoft, Nvdia. Nenhuma isenção de imposto ou incentivo fiscal pode ser aprovada para essas empresas! Nossos investimentos devem se direcionar a instituições públicas como Simpro e Dataprev, não para Data Centers estrangeiros.
Para enfrentarmos o imperialismo estadunidense, não podemos depender da burguesia brasileira. É preciso independência e luta! Apoiados nas lutas da classe trabalhadora internacional, devemos fazer um combate da classe trabalhadora brasileira contra o império. As manifestações do dia 10 de julho e do dia 1º de agosto são importantes, e devemos construir mais mobilizações para esse enfrentamento que não se encerrará tão cedo.