Mais de 450 feridos em manifestação contra governo da Romênia
Os manifestantes exigiam a queda do governo e a convocação de eleições antecipadas e continuam com os protestos nas ruas.
Mais de 450 pessoas ficaram feridas e outras 30 foram detidas na sexta-feira durante uma manifestação contra o Governo romeno, em Bucareste. Os manifestantes exigiam a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas.
Segundo dados das autoridades romenas, este foi o resultado da manifestação de cerca de 80 mil romenos contra o Governo, num protesto organizado por emigrantes e que originou confrontos com a polícia de choque quando os manifestantes tentavam passar uma barreira policial que os separava de instalações do Governo.
Muitas das pessoas assistidas nos hospitais tinham inalado gás pimenta e gás lacrimogéneo usados pela polícia, enquanto outros sofreram hematomas. Entre os feridos também existem polícias.
Segundo a agência Lusa, o Presidente da Romênia, Klaus Iohannis, crítico do Governo, disse que “condena firmemente a brutal intervenção da polícia de choque”, que classificou como desproporcionada num protesto que foi maioritariamente pacífico.
Os emigrantes que organizaram a manifestação em Bucareste, capital da Romênia, alguns dos quais atravessaram a Europa de carro para estar presentes, afirmam estar descontentes com a governação do país, apontando a corrupção como um dos maiores problemas desde que o Partido Social Democrata chegou ao poder em 2016.
Estima-se que cerca de três milhões de romenos vivam fora do país e alguns dizem que saíram devido à corrupção, baixos salários e falta de oportunidades. A Romênia é considerada um dos países com mais corrupção da União Europeia e Bruxelas mantém o sistema judicial romeno debaixo de apertada vigilância.
A atual primeira-ministra da Romênia, Viorica Dancila, a primeira mulher a ocupar o cargo, é a terceiro chefe de Governo num curto período. A primeira-ministra lidera o Governo criticado pela União Europeia após a aprovação de legislação que os críticos consideram dificultar a perseguição judicial à corrupção de alto nível.
Dancila deu o seu apoio a estas propostas, o que motivou manifestações dos opositores nas principais cidades do país.
Os dois anteriores primeiros-ministros foram demitidos por alegadamente não respeitarem a linha política imposta pelo Partido Social Democrata e em particular por não fornecerem o apoio total à reformulação do sistema judicial.
Extraído de esquerda.net.